Mais de 400 anos de vida perdidos por atrofia muscular espinal

Mais de 400 anos de vida foram perdidos em 2019 por morte prematura ou incapacidade devido à Atrofia Muscular Espinal (AME), que teve um impacto económico que ronda os 17 milhões de euros, segundo um estudo hoje apresentado.

Governo destina 10 milhões para medicamento para atrofia muscular espinal

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Lusa
07/05/2022 07:27 ‧ 07/05/2022 por Lusa

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O "Estudo do Impacto Económico da AME em Portugal", desenvolvido pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e a que a agência Lusa teve acesso, concluiu que dos 403 anos de vida perdidos, 86% se deveram a mortalidade prematura (+de 340) e 14% a incapacidade.

A doença, caracterizada por sintomas neuromusculares e complicações ortopédicas, respiratórias a gastrointestinais, apesar de rara, é a principal causa de morte infantil por doença genética.

A AME é classificada em três tipos principais, baseados sobretudo na idade em que surgem os primeiros sintomas: tipo 1 (em bebés com menos de seis meses); tipo 2 (crianças dos seis aos 18 meses) e tipo 3 (pode não ser evidente até à infância tardia ou adolescência).

Em termos individuais, a carga da AME é muito significativa, o que se reflete igualmente nos anos de vida perdidos por cada doente. Uma criança com AME tipo I, por exemplo, vive em média o equivalente a 4,8 meses sem incapacidade num ano de vida.

Os dados indicam ainda que a prevalência da AME em Portugal é estimada em 147 doentes (dados de 2019): 18 com tipo I, 46 com tipo II e 83 com tipo III.

O estudo, que vai ser apresentado na Conferência "Cuidar em Sociedade na Atrofia Muscular Espinhal", no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, mostra ainda que o impacto económico da doença é significativo, apesar da sua reduzida prevalência.

Um doente com AME representa um custo total de 114 mil euros por ano. Em 2019, o custo global de tratar a doença em Portugal foi de 16,8 milhões de euros, sendo que 42% desse valor correspondeu à forma mais grave da doença (o tipo 1).

Do total de quase 17 milhões, 1,6 milhões que correspondem a custos diretos não médicos, como dispositivos de apoio, adaptações ao domicílio, apoios sociais ou cuidadores informais.

Comparando com outros países, e "excluindo o custo das terapêuticas modificadoras da história natural da doença, o custo anual médio por doente em Portugal é um terço do custo na Alemanha e 17% do custo em Espanha", refere o estudo, que conclui pela necessidade do envolvimento de doentes, família/cuidadores, profissionais de saúde e decisores políticos na definição de políticas de saúde nacionais sobre a abordagem da doença.

 

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