Confiança em notícias em Portugal cai 10 pontos em 10 anos

A confiança nas notícias em Portugal caiu 10 pontos percentuais entre 2015 e 2025, apesar de manter-se entre os países onde se regista maior confiança (54%), segundo o Digital News Report Portugal 2025 (DNRPT25) hoje divulgado.

Portugal é dos países onde mais se confia em notícias a par da Finlândia

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Lusa
17/06/2025 00:05 ‧ há 4 horas por Lusa

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Este ano, "a confiança em notícias em Portugal atinge o seu valor mais baixo desde o início do Digital News Report Portugal, com 54% dos portugueses a declarar confiar em notícias em geral".

 

Trata-se de "uma descida de dois pontos percentuais face a 2024 e de 10 pontos percentuais face a 2015", o primeiro ano do DNRPT.

"Apesar desta quebra, Portugal mantém-se entre os países onde se regista maior confiança, ocupando o 7.º lugar entre 48 mercados analisados, destacando-se sobretudo pela confiança líquida, é dos países onde a proporção de pessoas que confia em notícias é maior por comparação com a de pessoas que não confiam em notícias", refere o relatório.

Numa análise sociodemográfica, "os mais velhos, pessoas com rendimentos e escolaridade mais altos, e os portugueses de orientação política à esquerda e ao centro são os que mais confiam em notícias", refere o estudo.

Inversamente, "os mais jovens (25-44 anos), os de escolaridade e rendimento mais baixos e os politicamente indefinidos são os segmentos que apresentam menor confiança".

Quanto à relação com as notícias, metade dos portugueses afirma este ano ter interesse por notícias, "mantendo-se este indicador praticamente inalterado face a 2024 e consolidando a estabilização registada nos últimos três anos, após a acentuada quebra verificada em 2022".

Os mais velhos, os indivíduos com maior escolaridade, rendimentos mais elevados e aqueles com orientação política declarada são os que manifestam um maior interesse por notícias.

Nos indivíduos com mais de 65 anos o interesse ascende a 62%, o que compara com os 39% para a faixa etária entre os 18 e os 24 anos.

"O interesse é também superior entre os homens face às mulheres e bastante menor entre os politicamente indecisos ou indefinidos", refere o relatório, que afirma que a política e a confiança em notícias "continuam a ser fatores preditores centrais do interesse por notícias".

Estes grupos "revelam ainda comportamentos distintos: recorrem mais a fontes diretas para aceder a notícias, utilizam com maior frequência verificadores de factos e estão mais preocupados com a desinformação 'online'".

Já o pagamento por notícias digitais "é também mais elevado entre os que demonstram interesse, mas curiosamente é mais expressivo entre os que têm interesse, mas não confiam (ou que apenas confiam numa marca específica) sugerindo que o interesse é um fator mais determinante para o pagamento do que a confiança em notícias".

Por sua vez, o consumo de notícias locais e regionais em Portugal este ano "confirma a relevância deste segmento para uma parte significativa da audiência", com algumas diferenças marcantes entre perfis sociodemográficos.

No geral, "38% dos portugueses dizem ter interesse por notícias locais e regionais, com maior prevalência entre homens, pessoas mais velhas, com rendimentos mais altos, maior escolaridade e com posicionamento político declarado".

Entre os temas mais procurados estão a cultura local (38%), informações sobre serviços locais (35%) e notícias locais (34%).

Estes dados revelam que, "apesar da atenção que o crime ou a política local possam atrair, os conteúdos mais procurados estão associados à vida cultural, à utilidade prática e ao quotidiano das comunidades", seguida da política local/administração (27%).

O DNRPT25 é produzido anualmente pelo OberCom - Observatório da Comunicação desde 2015, publicado a par do relatório global do RISJ - Reuters Institute for the Study of Journalism, da Universidade de Oxford. O projeto inquiriu a nível global em 2025 cerca de 97 mil indivíduos utilizadores de Internet, em 48 países. O trabalho de campo decorreu entre 13 de janeiro e 24 de fevereiro deste ano.

Em Portugal foram inquiridos 2.012 indivíduos.

 

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