Foi com base numa "lógica de cidadania" que o gestor Manuel Rocha se lembrou de criar o projeto, desenvolvendo-o com outros nove colegas de diferentes áreas ao longo de um processo que durou cerca de dois anos, depois de perceber que a quantificação da responsabilidade -- passando-a de uma noção subjetiva para um valor concreto e quantificável -- era algo inexistente a nível mundial e que podia ser útil em termos individuais e coletivos.
"O grande passo é tornar a responsabilidade individual de subjetiva a objetiva. Tornando-a objetiva, consegue-se obter o seu valor, posicionar-se numa escala (de 1 a 5), melhorar as suas práticas pessoais; na vertente coletiva, o índice de responsabilidade individual relativa permitirá às entidades públicas ou privadas a otimização da sustentação de decisões estratégicas", explicou à Lusa o mentor do projeto.
Entre as variáveis definidas para a quantificação do índice estão o civismo, a ecologia, a procura de conhecimento, o trabalho, a ciência, os cuidados de saúde e aspetos morais e éticos, tidas como as "mais essenciais" para a responsabilidade individual e que poderiam fomentar o interesse e a acessibilidade às pessoas.
"Embora não seja a intenção no arranque, permitirá projetos de intervenção a nível coletivo à escala local, nacional e global", salientou o gestor, valorizando a importância da quantificação de uma noção até agora abstrata: "As coisas tornam-se menos ambíguas, a ambiguidade limita muito os avanços. Não é uma varinha mágica que vai mudar o mundo, mas pode ser um primeiro passo para melhorar uma cultura de responsabilidade individual".
Manuel Rocha considerou a responsabilidade individual uma "matéria nuclear" e assegurou que o Índice de Responsabilidade Individual Relativa não traz "uma responsabilidade nova" aos cidadãos, traduzindo-se numa "quantificação da atual" responsabilidade com "validação cientifica" e possibilidades de divulgação a nível nacional e internacional.
A conferência "Responsabilidade Individual -- Um Novo Desafio" está agendada para as 17:30, na Fundação Cidade de Lisboa, no Campo Grande, em Lisboa.
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