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Iscte estuda ajuda internacional em Moçambique, Quénia e Tanzânia

O Iscte -- Instituto Universitário de Lisboa realiza a partir de setembro um estudo sobre o real impacto da ajuda para o desenvolvimento na África Oriental, designadamente em Moçambique, disse hoje à Lusa fonte da entidade.

Iscte estuda ajuda internacional em Moçambique, Quénia e Tanzânia
Notícias ao Minuto

14:41 - 12/01/22 por Lusa

País ISCTE

O Iscte -- Instituto Universitário de Lisboa realiza a partir de setembro um estudo sobre o real impacto da ajuda para o desenvolvimento na África Oriental, designadamente em Moçambique, disse hoje à Lusa fonte da entidade.

O projeto, designado "AfDevLives", visa analisar os resultados do apoio internacional, prestado por organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD), organizações religiosas ou investidores privados, em países como Moçambique, Quénia e Tanzânia.

"A investigação servirá também para conhecer a avaliação que os povos destes países fazem sobre a utilidade da ajuda internacional nas suas comunidades e nos seus países", acrescentou a fonte contactada pela Lusa.

O projeto, que será realizado pelo Centro de Estudos Internacionais (CEI-Iscte) e liderado por Yonatan N. Gez, investigador luso-israelita do Iscte, será financiado por 1,5 milhões de euros do European Research Council.

A investigação do Iscte foi selecionada entre mais de quatro mil propostas de universidades dos mais variados países ao programa do European Research Council (ERC) -- um pacote de apoios da União Europeia para projetos de investigação.

O financiamento do trabalho de campo do Iscte -- assim como os outros 396 selecionados -- vai servir para ajudar "jovens investigadores ambiciosos a lançarem os seus próprios projetos, formarem as suas equipas e perseguirem as suas melhores ideias", lê-se no comunicado enviado pelo ERC.

"A nossa proposta é muito direcionada para o olhar dos locais: dos que vivem ou descendem das múltiplas intervenções internacionais nos seus territórios", afirma Yonatan N. Gez.

"Quer provenham de ONGD, de iniciativas religiosas ou de investidores privados -- independentemente da época em que foram implementadas -- todas estas intervenções tiveram, e têm, um impacto brutal na vida destas populações. Precisamos por isso de perceber quais as consequências, mesmo que não intencionais, que se estendem para além do ciclo de vida oficial das intervenções", acrescentou.

Yonatan N. Gez explicou que o trabalho, que envolverá uma equipa inicial de nove especialistas -- de diferentes áreas e de diferentes países, "irá relacionar três olhares temporais: o prospetivo -- que permite analisar os processos sistemáticos que definem o futuro e os benefícios a longo prazo dos projetos de desenvolvimento, quer a nível económico como social; o retrospetivo -- que contempla os sedimentos do passado; e um terceiro olhar -- centrado na experiência vivida por estes povos na atualidade".

A escolha dos três países para o trabalho de campo foi justificada com o facto de estarem entre "os maiores recetores de ajuda internacional para o desenvolvimento e cujo passado e presente oscilam entre progressos e ruturas".

Criado em 2007 pela União Europeia, o European Research Council tem como principal objetivo estimular a excelência científica de projetos de "investigação de ponta" por toda a Europa, através do apoio e incentivo a cientistas e investigadores de qualquer nacionalidade e idade, os quais são convidados a apresentar propostas em todos os domínios de investigação.

Leia Também: Há quatro universidades portuguesas no ranking do Financial Times

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