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Mãe de Cláudia Amaral impedida de ir ao funeral da filha

Familiares acreditam que o facto de Cristina estar presa levou à deterioração do estado de saúde da jovem, de 23 anos, que envelhecia sete vezes mais depressa do que o normal e que morreu no passado dia 19 de novembro.

Mãe de Cláudia Amaral impedida de ir ao funeral da filha
Notícias ao Minuto

09:24 - 24/11/21 por Notícias ao Minuto

País Cláudia Amaral

Cláudia Amaral morreu na madrugada do passado dia 19 de novembro. A morte da jovem, de 23 anos, natural de Viseu e que sofria da síndrome Hutlchinson-Gilford (progenia), que a fazia envelhecer sete vezes mais depressa do que o normal, foi notícia um pouco por todo o país e sentida por muitos famosos que a acarinhavam.

Entretanto, este domingo, dia 21 de novembro, depois das cerimónias fúnebres, a família decidiu fazer uma publicação nas redes sociais a denunciar o facto de a mãe de Cláudia ter sido impedida de ir ao funeral da filha, por estar presa, há cinco meses, por ter insultado um juiz.

O desabafo foi feito por Sandro Cunha na sua página de Facebook. O familiar começa por revelar que a saúde de Cláudia deteriorou-se desde que a mãe foi detida e que a jovem “desesperou sozinha sem os cuidados da mãe”.

“Quero partilhar com todos qual foi a sua última batalha, que acreditamos ter levado ao seu falecimento mais rapidamente, mesmo sabendo nós que a sua condição de saúde era frágil”, começou por escrever num longo post que já conta com milhares de partilhas.

“A mãe da Cláudia sempre foi uma grande cuidadora da filha, desde sempre lutou com todas as armas que tinha para que a filha tivesse todos os tratamentos, acompanhamentos, terapias, tudo o que pudesse dar à Cláudia uma melhor qualidade de vida e a fizesse permanecer entre nós mais tempo”, continuou, acrescentando que, “infelizmente, os heróis também cometem erros”.

“A mãe da Cláudia cometeu [um erro] e no âmbito de um processo judicial insultou um juiz. Sei que muitos poderão julgar e apontar o dedo, criticar, mas antes de o fazerem perguntem-se como seria se acordassem todos os dias sem saber se o vosso filho iria chegar ao fim desse mesmo dia”, evidenciou.

No seguimento destes insultos, revelou ainda Sandro, foi dada ordem de prisão à Cristina, “mãe e cuidadora de Cláudia, sem que ninguém tivesse em consideração o estado de saúde da Cláudia e a necessidade que esta tinha dos cuidados da mãe”.

“Foi dito em tribunal e está escrito que a Cláudia não era dependente da mãe porque saía à noite e fazia vídeos para o Instagram e Tik Tok […]. Quem conheceu a Cláudia sabe que o que ela mais queria era tentar ter uma vida normal de uma jovem da idade dela, mesmo que com limitações que mais ninguém tem, sendo ela o único caso com esta doença no país”, prosseguiu o familiar, recordando que a jovem não podia ser independente pois “não conseguia pegar num quilo de arroz ou encher um tacho” para cozinhar, nem lavar a roupa, ir às compras ou transportar sacos.

Sandro lembra ainda que Cristina “errou ao ter insultado” um juiz, mas não é “nenhuma assassina, nenhuma ladra, não matou ninguém, não agrediu”. Depois de esta ser enviada para o Estabelecimento Prisional do Porto, Cláudia “desesperou sozinha sem os cuidados da mãe”.

“Tentou de tudo, enviou pedidos e cartas para todo o lado, até para o Presidente da República. Ninguém quis saber do sofrimento em que estava. De dia para dia desanimou, foi piorando e, por mais que os amigos fizessem o que podiam, ela precisava era da sua mãe”, contou ainda o familiar.

Antes de terminar, Sandro revela que a jovem “morreu sem a mãe, a única coisa que pediu para ter ao pé dela” e, “como se não bastasse todo este sofrimento, não foi permitido à mãe acompanhar a filha no funeral”.

“O Estabelecimento da Guarda, para onde foi entretanto transferida, recusou trazê-la. Recordo que ela insultou, não matou, não roubou, não violou e mesmo assim recebeu o castigo mais duro que se possa imaginar. Foi privada de acompanhar a filha, perdeu a filha, não pôde escolher a última roupinha da filha, não a pôde sequer acompanhar na sua última viagem”, denunciou, considerando o caso uma “vergonha” “simplesmente desumana”.

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