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Abusos sexuais ainda acontecem na Igreja? "Parece-me que sim"

Bispo auxiliar de Lisboa referiu, em entrevista à TVI24, que "quando estamos perante um caso de pedofilia", se "tivéssemos um top de gravidade", a maior é quando acontece com um eclesiástico.

Abusos sexuais ainda acontecem na Igreja? "Parece-me que sim"
Notícias ao Minuto

08:05 - 15/11/21 por Notícias ao Minuto

País D. Américo Aguiar

O bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, foi entrevistado, na noite deste domingo, na TVI24, onde admitiu que casos de abusos sexuais ainda acontecem na Igreja em Portugal: "Parece-me que sim".

"É preciso criar um ambiente de muita confiança para que uma pessoa que tenha vivido o flagelo de um abuso sexual tenha confiança para poder abrir o seu coração e partilhar essa ferida profunda na sua vida", começou por apontar, acrescentando que o que as comissões têm de fazer "é criar um quadro de total segurança para que qualquer pessoa se sinta acolhida e respeitada". 

Questionado sobre se a dimensão dos eventuais abusos é significativa, D. Américo Aguiar não soube responder. "Não sabemos. O que o Papa nos pediu da tolerância zero e transparência total é o que estamos a aplicar. Isso eu assumo em nome da comissão de Lisboa", referiu. 

E acrescentou: "Existem casos. Não sabemos qual é a dimensão - se são muitos ou se são poucos. Um que fosse é grave. Quando estamos perante um caso de pedofilia, de abuso de menores, quando está envolvido um eclesiástico, se tivéssemos um top de gravidade, eu sublinho que a [maior] gravidade é quando acontece com um eclesiástico". 

O responsável afirmou também que lhe dói "ainda mais" quando "acontece hoje". E ainda acontece hoje? "Parece-me que sim".

De recordar que, na passada quinta-feira, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou que vai criar uma comissão para investigar a questão de eventuais abusos sexuais em Portugal na Igreja Católica.

No comunicado final da  201.ª Assembleia Plenária, a CEP revelou que "refletiu sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis nos âmbitos eclesiais e na sociedade no seu todo. A Igreja continua a enfrentar esta questão com seriedade, quer quanto ao apoio e acolhimento das vítimas, quer quanto à prevenção e formação". 

E mais: "Reconhecendo o trabalho das comissões diocesanas, constituídas especialmente por leigos qualificados em várias áreas como o Direito, a Psiquiatria e a Psicologia, a Assembleia decidiu criar uma comissão nacional para reforçar e alargar o atendimento dos casos e o respetivo acompanhamento a nível civil e canónico e fazer o estudo em ordem ao apuramento histórico desta grave questão. Nesse sentido, é constituído um ponto de escuta permanente a nível nacional". 

A Assembleia da Conferência Episcopal "manifestou ainda um voto de confiança à generalidade do clero português que, com toda a disponibilidade e dedicação, continua a servir a Igreja no seu ministério pastoral".

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