O arguido, que começou esta tarde a ser julgado no Tribunal de Santa Maria da Feira, está acusado de um crime burla informática e nas comunicações agravado, 216 crimes de acesso ilegítimo agravado e um crime de detenção de dispositivos ilícitos.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, o esquema vulgarmente conhecido como 'cardsharing' terá funcionado entre agosto de 2015 e outubro de 2018 e era gerido a partir da habitação do arguido, em Oliveira de Azeméis.
Por esta via, o arguido permitiu que 216 clientes tivessem acesso aos serviços das operadoras de televisão por satélite, possibilitando a visualização dos conteúdos de canais televisivos, incluindo codificados, sem que as operadoras recebessem destes qualquer contrapartida.
Segundo a investigação, o arguido recebia de cada cliente uma quantia nunca inferior a 120 euros por ano, tendo faturado mais de 25 mil euros por ano.
Durante uma busca à residência do arguido, foram apreendidos para além de uma antena parabólica para captação de sinal de satélite, um computador, um 'raspberry' e um servidor com dois cartões de acesso a serviços de tv acoplados.
As autoridades apreenderam ainda quatro 'boxes', adulteradas e pré-configuradas pelo arguido para posterior disponibilização a eventuais novos utilizadores, mediante pagamento da respetiva contraprestação pecuniária.
Leia Também: Sitava: Algoritmo é "artimanha inventada pelas consultoras e advogados"