Mais de 87 mil residentes na Madeira ainda não têm médico de família

Mais de 87 mil residentes na Madeira continuam sem médico de família, o que representa 30% da população do arquipélago, revelou hoje o PS, que acusou o Governo Regional de falhar na meta estabelecida nesta área.

centro de saúde, médico, médica, hospital, estetoscopio

© Getty Images

Lusa
23/02/2021 13:58 ‧ 23/02/2021 por Lusa

País

Madeira

"O Governo Regional falhou o objetivo de cobertura de médico de família à população", declarou a deputada socialista na Assembleia Legislativa da Madeira Sofia Canha em conferência de imprensa.

A porta-voz da maior bancada da oposição no parlamento madeirense, que tem 19 dos 47 deputados da assembleia regional, recordou que o executivo insular estabeleceu como objetivo uma taxa de cobertura de médicos de família na ordem dos 80%, em 2019.

No entanto, "mais de 30% da população desta região autónoma continua sem médico e enfermeiro de saúde familiar", frisou a deputada.

Isto significa que "há mais de 87.000 pessoas sem acesso a cuidados de saúde familiar na Madeira e no Porto Santo", salientou Sofia Canha.

A socialista também apontou que, "apesar de a média nacional de cobertura ter vindo a melhorar, incluindo na Madeira, "é preciso assegurar que todos os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde" e considerou que a região "se destaca pela negativa".

A deputada argumentou ainda que Lisboa "é uma das regiões com mais carência de médicos de família", mas onde os "níveis de risco de pobreza e exclusão social são os mais baixos do país (14,6%)", tendo "muito mais oferta no privado e no regime convencionado".

Por seu lado, a Madeira foi a região do país com a mais elevada taxa de risco de pobreza em 2020 (32,9%) e onde "milhares de pessoas poderão estar privadas de cuidados de saúde primários", alertou.

Sofia Canha indicou ainda que há "uma larga percentagem de pessoas excluídas das listas médicas e não têm condições económicas para recorrer aos privados".

"Em vez de se fomentar a medicina preventiva, está-se a promover o recurso às urgências", mencionou.

A deputada indicou que as pessoas com recursos económicos conseguem resolver a situação, mas ficam "em risco aqueles que vivem no limiar da pobreza e não têm escolha ou alternativa".

Sofia Canha defendeu a importância de "uma melhor racionalização de recursos, já que os recursos humanos em Saúde, sobretudo médicos e enfermeiros de saúde familiar, não abundam na medida das necessidades ideais".

"Importa definir prioridades e necessidades com justiça e equidade, repensando as formas de organização das listas médicas, para que os recursos humanos sejam potenciados e canalizados para quem realmente precisa", concluiu.

Leia Também: Madeira aceita petição para integrar ilhas no Programa Regressar

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas