A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) analisou o caso da pequena Leonor, que morreu no Hospital Garcia de Orta após ter tido alta da urgência da Clínica CUF de Almada, e concluiu que aquela unidade de saúde "desrespeitou os legítimos interesses da utente".
Leonor, de 12 anos, recorde-se, morreu na noite do dia 22 de dezembro de 2019, depois de ter sido observada por duas vezes na Clínica CUF de Almada devido a “um jeito nas costas”, num quadro que evoluiu para febre e fortes dores.
O caso chegou a público através da mãe, que denunciou nas redes sociais que a menina, depois de ter tido alta da CUF, foi levada pelo INEM para o Hospital Garcia de Orta porque "não parava com dores". Leonor, apesar da assistência, entrou em paragem cardíaca e morreu.
A ERS revela, na deliberação agora tornada pública, que tomou conhecimento do caso através da comunicação social. Ao analisar o caso, a Entidade concluiu que na CUF não foi realizado qualquer meio complementar de diagnóstico e terapêutica, tendo apenas sido "prescrita medicação para as dores. A utente acabou por falecer, após ter sido encaminhada para o Hospital Garcia de Orta e ter sido diagnosticada uma, alegada, rutura do baço", refere.
Constatou então a ERS que "a conduta da Clínica CUF Almada desrespeitou os legítimos interesses da utente, porquanto, não foram assegurados os cuidados de saúde de que necessitava, de forma permanente, efetiva e em tempo útil".
Há cerca de um ano, quando o caso foi noticiado, a CUF revelou que tinha sido aberto um inquérito interno à morte da menina. Nessa altura, segundo avançou o Correio da Manhã, a CUF de Almada lamentou o falecimento da menina e decidiu "não incluir, temporariamente, a médica em questão na escala de serviços clínicos", apesar de salvaguardar "a competência e a experiência de mais de 27 anos que lhe é reconhecida".
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