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Criança de 12 anos morre após ter alta de urgência da CUF de Almada

A menina morreu no fim de semana antes do Natal.

Criança de 12 anos morre após ter alta de urgência da CUF de Almada
Notícias ao Minuto

15:05 - 04/01/20 por Mafalda Tello Silva

País Almada

Leonor, uma criança de 12 anos, morreu no Hospital Garcia de Orta na noite de 22 de dezembro após ter tido alta da urgência da Clínica CUF de Almada, onde já tinha sido observada devido a “um jeito nas costas” seguida de febre e fortes dores.

O caso foi partilhado pela própria mãe da menina, Alexandra Martinho, através de uma publicação divulgada nas redes sociais, no passado dia 30 de dezembro

De acordo com a progenitora, no último dia de aulas antes das férias do Natal a filha informou-a de que tinha dado um jeito na zona lombar "a pôr a mochila". Nesse mesmo dia, 17 de dezembro, após uma aula de dança as dores pioraram e Leonor acabou por ficar a descansar em casa da parte da tarde. 

No dia seguinte, verificando que a filha continuava com dores e que estava com febre, Alexandra conta que levou Leonor às urgências da referida unidade de saúde. Examinada pela sua própria pediatra - que se encontrava de serviço - a menina fez análises para despistar uma de infeção urinária e, considerando que os valores estavam normais, a médica diagnosticou a menor com um problema muscular. Medicou-a e informou a mãe de que as dores deveriam "à partida desaparecer em três, no máximo cinco dias". 

Nos dois dias que se seguiram, a Alexandra refere que a criança tomou os medicamentos prescritos e melhorou. "A Leonor já se levantava e já conseguia se sentar melhor". Contudo, na noite de sexta-feira para sábado, as dores pioraram e a menina "não arranjava posição para se deitar em que não lhe doesse o corpo". 

"Portanto, no sábado, dirigi-me novamente com a Leonor às urgências da CUF, já que tinha sido aí que ela tinha sido observada e onde lhe tinham dado a medicação. A Leonor entrou cheia de dores, com pulseira laranja [a segunda mais grave]", recordou a mãe.

A menor acabou por ser atendida por outra pediatra que decidiu manter a mesma medicação com a diferença de que lhe fosse administrada via intravenosa. "A Leonor adormeceu quando estava a receber o tratamento [estava exausta], mas quando acordou começou novamente a gritar com dores", explicou. 

De seguida, a médica chamou à parte a mãe e referiu que suspeitava que a criança estivesse a tentar "chamar a atenção" porque a medicação que "tinha tomado era muito forte" e que, por isso, era muito pouco provável que tivesse com tantas dores. 

Leonor teve alta momentos depois. A pediatra aconselhou a utilização de um emplastro para as dores musculares, a marcação de uma consulta de pedopsiquiatria e, caso as dores não passassem, que marcasse também uma consulta "para um ortopedista ou para a pediatra".

Nessa mesma noite, segundo o relato da mãe, a menina "não parava com dores, nem sequer com medicação, nem no sofá, nem na cama". Estava com 34,7ºC de temperatura e tinha no corpo "manchas roxas".

"Chamei o INEM. Quando chegou ao Garcia de Orta, a Leonor ia hipotensa e com taquicardia. Quando entrou, teve uma equipa de médicos e de enfermeiros que nunca mais a largou. Fizeram-lhe análises ao sangue, TAC ao tórax, raio-x, tudo o que na CUF não fizeram. O sangue estava normal, não tinha pneumonia, mas a TAC ao tórax acusava o músculo cheio de sangue. Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca. A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu", contou. 

Hoje, a mãe de Leonor aguarda os resultados da autópsia da sua filha. Segundo avançou este sábado o jornal Público, o hospital em causa já abriu um inquérito interno ao caso e retirou a médica das escalas de serviços clínicos.

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