O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que defende o encerramento das aulas presenciais nesta fase da pandemia, manifestou-se crítico da "teimosia" e "obstinação" do Governo na tomada de posições.
"Há alturas na nossa vida coletiva em que nos devemos centrar apenas no que dita a nossa consciência. É impossível aceitar aquilo que não se compreende porque não tem adesão à realidade nem sustentação na evidência disponível", defendeu o especialista em Saúde Pública numa publicação feita no Facebook.
Adalberto Campos Fernandes acrescenta que "a teimosia e a obstinação são criticáveis porque tendem a distorcer a realidade e a causar danos desnecessários", frisando que o que "estamos a viver é demasiado grave para ser motivo de disputas ou de alinhamentos táticos".
Destacando que "o dia de hoje marcará seguramente um ponto de viragem", o antecessor de Marta Temido remata: "Não é possível continuar a adiar o inadiável. Pelas pessoas, com humanismo e com respeito pelo sofrimento".
Portugal, o país do mundo com mais novos contágios por milhão de habitantes, registou ontem o maior número de mortes desde o início da pandemia (218).
O Governo está sob pressão para encerrar as escolas na sequência do agravamento da pandemia. A posição do Executivo tem sido a de manter o ensino presencial em todos os níveis de ensino, numa altura em que o país se encontra em confinamento geral.
O primeiro-ministro admitiu, esta terça-feira no Parlamento, a possibilidade de voltar atrás, "se a estirpe inglesa se tornar dominante". Para terça-feira está marcada uma nova reunião com especialistas para reavaliar a situação das escolas.
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