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Feira abre nova estrutura para acolher utentes da região sem retaguarda

Santa Maria da Feira passa esta quarta a dispor de uma nova estrutura de apoio para acolher em simultâneo até 28 infetados com covid-19 que não disponham da devida retaguarda familiar ou institucional, revelou hoje a autarquia.

Feira abre nova estrutura para acolher utentes da região sem retaguarda
Notícias ao Minuto

14:30 - 01/12/20 por Lusa

País Covid-19

Gerida pela Câmara Municipal da Feira de acordo com os requisitos técnicos e legais das autoridades de saúde, essa nova estrutura do distrito de Aveiro está instalada num edifício do Centro Social Vilamaiorense, na freguesia de Vila Maior, e funcionará com recurso a uma equipa técnica de cerca de 25 profissionais, organizados em turnos que assegurem aos utentes acompanhamento contínuo, durante 24 horas.

Emídio Sousa, presidente da autarquia, explicou à Lusa: "O espaço é novo, ainda estava desocupado e, como o Centro Social tem que esperar pelo protocolo com o Instituto da Segurança Social para o tornar operacional, desafiámos a instituição a disponibilizá-lo antecipadamente como estrutura de retaguarda para doentes covid-19".

O objetivo do autarca social-democrata é "aliviar a pressão sobre o Hospital São Sebastião", que, enquanto sede do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, é a unidade de referência para vários municípios da região, serve um universo de cerca de 350.000 habitantes, já acolheu mais de 1.000 internamentos por covid-19 desde março e tem atualmente 141 camas ocupadas para o mesmo efeito.

Segundo o presidente da Câmara, esta quarta-feira começarão assim a ser encaminhadas para a nova estrutura de Vila Maior "aquelas pessoas que, depois de terem alta no hospital, já não precisam de estar internadas, mas ainda necessitam de acompanhamento médico e não têm condições para ficar em isolamento no seu domicílio ou na instituição onde vivem".

Catarina Gomes é a diretora técnica do Centro Social Vilamaiorense, vai supervisionar o trabalho a desenvolver na nova estrutura de retaguarda - que inicialmente disponibilizará apenas 21 camas e a qualquer altura pode reforçar essa capacidade com mais sete - e destaca o potencial terapêutico de alguns detalhes arquitetónicos do imóvel.

Tendo custado mais de 500.000 euros à instituição e envolvendo ainda um apetrechamento final na ordem dos 15.000 euros por parte da autarquia, "o edifício tem muitas paredes de vidro" junto a pátios ajardinados ou com pavimento rígido.

"Além de proporcionar muita luz natural ao interior, isso vai permitir aos familiares das pessoas que acolhemos que eles as venham visitar sempre que quiserem e as vejam através das janelas", diz a gerontóloga, apontando para camas instaladas junto a secções envidraçadas e com visibilidade para diferentes pátios.

Apesar da ausência de contacto físico, Catarina Gomes defende que essa proximidade visual terá "um efeito positivo na cura" dos infetados com o vírus SARS-CoV-2, ajudando particularmente à convalescença daqueles que "estão há muito tempo internados, sem ver ninguém da família".

Manuela Coelho, chefe da Divisão Social da Câmara da Feira, acrescenta que a disposição física do imóvel também facilita a concretização do programa "Abraços à Janela", que, recorrendo a músicos e outros artistas do concelho, leva pequenos espetáculos às estruturas residenciais para idosos e portadores de deficiência, em ambiente controlado - com os performers a aturarem no exterior e os espectadores em isolamento a seguirem a atuação à distância, através de janelas e varandas.

Com base nas mais recentes orientações da Direção-Geral da Saúde, as estadias individuais na nova estrutura de retaguarda de Vila Maior não deverão prolongar-se para além dos 20 dias, sendo que, nesse período, os utentes aí alojados poderão ocupar desde quartos individuais até partilhar enfermarias com cinco camas.

Quando o apoio a infetados com covid-19 já não se revelar necessário, o edifício deverá então retomar aquela que Judite Almeida, presidente do Centro Social Vilamaiorense, identifica como a missão específica para a qual o imóvel foi concebido: "Funcionará como um centro de atividades ocupacionais para 30 portadores de deficiência intelectual e como centro de convívio para 20 idosos".

O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já matou entretanto mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, infetando mais de 62,7 milhões.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 se registaram a 02 de março, o mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde indicava hoje 4.505 óbitos entre 298.061 infeções confirmadas.

No caso específico de Santa Maria da Feira, o último boletim epidemiológico da Administração-Regional de Saúde data de 21 de novembro e indicava nessa altura que, durante os sete dias anteriores, eram 1.176 os casos ativos de covid-19 entre os cerca de 139.000 habitantes do território.

Isso coloca o referido município de 213,4 quilómetros quadrados entre os 47 que vêm sendo classificados pelas autoridades como em risco "extremamente elevado" de contágio.

Desde o início da pandemia, a Feira acumula assim um total de 50 óbitos e 5.611 infetados pelo SARS-CoV-2.

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