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MPT recorda fundador "humanista" e "visionário" no ordenamento

O Partido da Terra (MPT) manifestou hoje "profundo pesar" pela morte do fundador do partido Gonçalo Ribeiro Telles, recordando-o como um "humanista na verdadeira aceção da palavra" e "visionário nas políticas" de ordenamento do território.

MPT recorda fundador "humanista" e "visionário" no ordenamento
Notícias ao Minuto

21:25 - 11/11/20 por Lusa

País Ribeiro Telles

Gonçalo Ribeiro Telles foi "um humanista na verdadeira aceção da palavra, foi pioneiro do ecologismo na política portuguesa, mestre de muitos arquitetos paisagistas, um vanguardista na compreensão da paisagem sob o ponto de vista holístico e um visionário nas políticas de ordenamento do território", dá conta um comunicado divulgado pelo partido.

O arquiteto, figura pioneira da arquitetura paisagista em Portugal, morreu durante a tarde de hoje, em casa, em Lisboa, aos 98 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família.

Nascido em 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles idealizou os chamados "corredores verdes" da capital e concebeu os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, em conjunto com o arquiteto António Viana Barreto.

O arquiteto fundou em 12 de agosto de 1993 o então Movimento o Partido da Terra (MPT), que, entretanto, alterou, em 2007, a designação para Partido da Terra, de acordo com informações disponibilizadas nas páginas na internet do partido e da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Gonçalo Ribeiro Telles presidiu desde 2007 o partido de modo honorário e "até ao último momento", dá conta a nota do MPT.

O partido lembra que o arquiteto responsabilizou "sempre a florestação em monocultura" pela "destruição dos sistemas agrícolas comunitários".

"Com uma vida intensa dedicada à intervenção pública, teve em 1967 a ousadia e coragem de denunciar que na origem das cheias desse ano, que provocaram mais de 500 mortos na noite de 25 para 26 de novembro, estavam os problemas do desordenamento do território, denunciando os aspetos físicos das cheias e as carências quanto à habitação", prossegue o comunicado.

O "papel preponderante" ao nível do "estabelecimento de um regime sobre o uso da terra e o ordenamento do território" enquanto desempenhava as funções de ministro de Estado e da Qualidade de Vida, no VIII Governo Constitucional, também é destacado pelo MPT.

Gonçalo Ribeiro Telles também foi um "acérrimo defensor" das horas urbanas na capital, que atualmente fazem parque do quotidiano de vários lisboetas.

O Governo decidiu hoje decretar um dia de luto nacional, na quinta-feira, pela morte do também fundador do Partido Popular Monárquico (PPM).

Ribeiro Telles detém um lugar central entre os pioneiros do urbanismo, em Portugal, na organização do território e na sua definição como espaço de habitação humana.

Foi um dos principais responsáveis pelo desenho das áreas verdes de Lisboa, de Monsanto às zonas ribeirinhas, oriental e ocidental, do Vale de Alcântara, ao Jardim Amália, no Parque Eduardo VII, sem esquecer o mais antigo Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, que fez em parceria com Viana Barreto, pelo qual recebeu o Prémio Valmor, em 1975, nem projetos noutras zonas do país, como o Vale das Abadias, na Figueira da Foz.

Grande defensor da proteção legal dos parques naturais, dos jardins e hortas urbanas, os seus projetos como arquiteto paisagista moldaram de forma significativa não só a capital, mas também a área metropolitana.

O Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental e ocidental na Estrutura Verde Principal de Lisboa, bem como os projetos da Radial de Benfica, do Vale de Chelas, e do Parque Periférico também são da sua autoria.

Nascido em Lisboa, em 25 de maio de 1922, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma, e formou-se em Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral.

Ainda na política, fundou, em 1957, com Francisco Sousa Tavares, o Movimento dos Monárquicos Independentes e, depois, o Movimento dos Monárquicos Populares, apoiando, um ano mais tarde, a candidatura presidencial de Humberto Delgado.

Em 1969, foi candidato à Assembleia Nacional nas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD), a que estava associado Mário Soares, com a Acção Socialista Portuguesa.

Em 1971, ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica e, após o 25 de Abril, foi um dos fundadores do Partido Popular Monárquico, a cujo diretório presidiu, e que, em 1979, fez parte da Aliança Democrática, liderada por Francisco Sá Carneiro.

Foi subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III Governos Provisórios, e secretário de Estado do Ambiente no I Governo Constitucional, foi deputado na Assembleia da República, pelo PPM (1979) e como independente eleito nas listas do PS (1985).

Foi ministro de Estado e da Qualidade de Vida, no VIII Governo Constitucional, de 1981 a 1983.

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