Prémio a profissionais de saúde dos Açores em pré-campanha é oportunismo
O PPM/Açores contestou hoje a atribuição, em período de pré-campanha eleitoral, de um prémio de desempenho para os profissionais de saúde na região, em particular em vésperas de uma greve de enfermeiros.
© Getty Images
País Açores
"O decreto regulamentar regional que regulamenta o prémio de desempenho dos profissionais dos serviços públicos não é mais que uma tentativa do Governo [Regional] de distorcer o sentido da greve dos enfermeiros", escreve Paulo Margato, porta-voz do PPM para a área da saúde, numa carta enviada à Lusa.
Segundo o monárquico, médico de profissão, para o Governo dos Açores, presidido por Vasco Cordeiro, "a dignidade humana e o respeito pelos profissionais de saúde são verbos de encher", considerando também Margato "temporalmente desadequado" o decreto regulamentar, que acaba por legitimar "o oportunismo do governo, num período pré-eleitoral e num contexto de aflição".
"No atual momento, não é mais que passar um atestado de ignorância a todos os enfermeiros, sabendo-se o motivo da greve, e menosprezar a carreira dos mesmos", insiste Paulo Margato, na mesma missiva.
Na quinta-feira, o executivo açoriano aprovou um "prémio de desempenho" e uma "majoração extraordinária" para as férias dos profissionais de serviços públicos que estiveram em "contacto mais próximo" com casos positivos ou suspeitos de covid-19.
Segundo o comunicado do Conselho do Governo, foi aprovado o decreto que "regulamenta o prémio de desempenho e majoração extraordinária do período de férias dos profissionais dos serviços públicos com ação direta com casos positivos ou suspeitos, bem como no manuseamento de material biológico infetado" com covid-19.
Margato, também candidato às regionais de 25 de outubro, e que já foi delegado de Saúde em São Miguel, lembra que há nos Açores "nove mil utentes que continuam sem médico de família" e que a garantia de acesso aos serviços de saúde é uma "falácia".
"Esta artimanha, arranjada à última da hora, é claramente uma forma de engodar os profissionais que estiveram na linha da frente, numa altura em que muitos optam por reivindicar mais respeito e dignidade de carreiras. Coisas que não se traduzem por dias de férias, ou por uns míseros trocos, durante um curto espaço de tempo", acusa o PPM.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) nos Açores enviou uma carta aberta aos açorianos onde pede desculpa antecipada e lamenta o recurso à greve em tempo de pandemia covid-19, advogando que não restava outra alternativa.
"A Direção Regional dos Açores do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses lamenta e antecipadamente pede desculpa a todos os açorianos, principalmente aos utilizadores do Serviço Regional de Saúde, pelos transtornos que venham a ser causados nos próximos dias 28 e 29 de setembro", referem em comunicado.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses nos Açores marcou uma paralisação para segunda e terça-feira para reivindicar a contagem integral do tempo de serviço.
Em causa está a contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira e uma divergência entre o Governo açoriano e o sindicato sobre o número de anos a contabilizar.
RF // TDI
Lusa/fim
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