Uma nota publicada na página oficial da Presidência da República na Interbet indica que Marcelo Rebelo de Sousa "falou com Frei Ruy Gonçalo Villas Boas, Lugar-tenente interino da Ordem Soberana e Militar de Malta, a quem apresentou condolências e votos de pesar".
A mesma nota recorda que a Ordem de Malta é reconhecida como um estado soberano por mais de 100 países e que tem relações diplomáticas com Portugal, tendo o Grão-Mestre "dignidade de Chefe de Estado".
"Ao longo dos nove séculos de existência, a Ordem de Malta teve quatro Grão-Mestres portugueses, sendo também português o novo Lugar-tenente, que assegura a chefia do governo da Ordem até à eleição do sucessor de Frei Giacomo della Torre", refere o documento.
O Grão Mestre da Soberana Ordem de Malta, o italiano Giacomo della Torre del Tempio de Sanguinetto, tinha sido eleito em maio de 2018 após a crise da instituição que obrigou à intervenção do Papa Francisco.
A morte, por "doença grave", foi comunicada através de uma nota da instituição católica cuja origem remonta ao ano 1048, época das Cruzadas, e que é formada por laicos de famílias nobres que atualmente se dedicam a obras humanitárias.
Giacomo della Torre foi eleito para o cargo, de caráter vitalício, depois de o Papa Francisco ter interferido na demissão do anterior grão-mestre, Matthew Festing, de 67 anos.
Festing tinha recusado colaborar com uma comissão de investigação nomeada pelo Papa denunciando ingerência por parte do Vaticano na soberania da Ordem de Malta.
O Vaticano tinha pedido uma investigação logo após a demissão do chanceler da Ordem de Malta, Albrecht Freiherr von Boeselager, acusado de ter impedido a distribuição de preservativos por parte de algumas organizações não-governamentais que colaboram com a ordem em países de África e da Ásia.
Em fevereiro, de acordo com a Ordem de Malta, della Torre tinha informado por carta os membros da ordem e a familiares que "sofria de uma grave doença" que não foi especificada.
A realização das eleições para o cargo de Grão Mestre deve decorrer nos próximos meses, respeitando uma série de procedimentos obrigatórios.
A instituição leva a cabo atividades humanitárias em mais de 120 países e conta com 13.500 membros e 80 mil voluntários.