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Projeto de empresa de Valongo recicla pó de ardósia

Uma empresa de Valongo está a transformar o desperdício do corte de ardósia num novo produto, um processo que lhe permite também reciclar a água necessária para abafar o pó dessa operação, disse à Lusa o presidente.

Projeto de empresa de Valongo recicla pó de ardósia
Notícias ao Minuto

10:11 - 12/01/20 por Lusa

País Valongo

Antigamente associado à silicose, doença pulmonar muito frequente entre os mineiros, o pó da ardósia adquiriu uma dimensão útil num projeto em que intervém a Empresa de Lousas de Valongo e a Universidade do Minho, decorrendo o processo na mina de cerca de 25 hectares que está anexa às instalações em Campo, Valongo.

Rui Nunes de Matos, presidente do conselho de administração da empresa fundada em 1865 por ingleses para "abastecer Inglaterra e os Estados Unidos de ardósia para telhados, pavimentos, revestimentos e pedras para bilhares", contou que o projeto dura "há cerca de um ano e meio".

Explicando o processo, o responsável contou que "o pó de ardósia proveniente da serragem, normalmente abafado com água, através de um método natural é depois separado do líquido através de um método natural".

"Este processo consiste no despejo das lamas e das águas em pedreiras antigas que através de um sistema de filtração natural permite que na pedreira ao lado, para onde escorre, possa ser retirada como água reciclada, ficando o pó depositado na outra pedreira", acrescentou o empresário.

E continuou: "estamos a aprimorar um outro processo que visa separar a água da lama e, quando assim for, teremos ainda mais água reciclada aplicada na produção da fábrica".

Fruto da investigação e trabalho feito, disse, foi criado "um produto novo, um compósito, denominado de 'stlatetec'", e que se caracteriza por "ter muita resistência ao exterior", podendo ser "utilizado como chapa, mobiliário interior, fachadas de casas ou até lavatórios".

Em processo de "registo da patente nacional", frisou Rui Nunes de Matos, a ideia de avançar para o compósito trouxe, segundo o responsável, "outra mais-valia à empresa" pois, uma vez que a exploração "decorre a céu aberto", possibilitou "rentabilizar uma mina que, se assim não fosse, estaria esgotada".

Atualmente a aguardar por apoios para arrancar com um projeto demonstrador a nível nacional das mais-valias do compósito, a Empresa de Lousas de Valongo, que "exporta 85% da produção", apostou também na sustentabilidade energética.

"Há cerca de oito anos investimos 80 mil euros e colocámos 160 painéis fotovoltaicos nos telhados de dois dos edifícios da empresa sendo que, desde então, vendemos diariamente energia elétrica à EDP", assinalou.

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