Lisboa é uma cidade encantada (disso não há dúvida), mas tem vindo a transformar-se, nos últimos anos, num caos para quem nela se desloca de transportes. O estacionamento é um dos pontos complicados, até mesmo para os amantes das duas rodas.

Tiago Peralta conta que o seu transporte de eleição, durante os tempos da faculdade, sempre foi a bicicleta. No entanto, e com a entrada no mercado de trabalho, teve "a necessidade de adquirir um transporte particular mais eficiente e rápido".

"Virei-me para as motas", diz, sublinhando o agrado de as ruas e avenidas da capital estarem cada vez mais ocupadas por motociclistas. "Mas existe, tal como para os automóveis que inundam a cidade diariamente, escassez de estacionamento", constata. 

Foi, portanto, a sentir o problema na pele que Tiago, técnico de sistemas de informação geográfica, desenvolveu uma plataforma colaborativa para o estacionamento de motociclos na cidade de Lisboa.

A plataforma é gratuita e nasceu de uma dissertação final de mestrado. Tem como principal objetivo "divulgar as centenas de lugares de estacionamento de motociclos espalhados pela cidade e fazer com que todos os motociclistas lisboetas saibam onde podem estacionar os seus veículos", explica Tiago ao Notícias ao Minuto.

Além de ajudar quem procure estacionamento, é possível os utilizadores contribuírem para enriquecer a informação. Assim, os utilizadores podem também sugerir novos locais de implementação de estacionamento (zonas de escassez de estacionamento, devido à elevada procura ou pela inexistência dos mesmos), bem como fazer comentários à plataforma, por forma a "torná-la o mais amigável e eficiente possível aos motociclistas", sublinha. 

Além disso, conta ainda o jovem de 26 anos, o site permite fazer várias análises geoespaciais, como a obtenção de direções para um dado parque de estacionamento em específico, ou a procura de parques de estacionamento tendo em conta o nome da rua ou um raio de distância relativamente a uma localização.

Por exemplo, pode procurar parques de estacionamento a 300 metros do Marquês de Pombal, ou saber qual o parque de estacionamento mais próximo da sua localização, num raio de 100 metros. 

Tiago refere que a adesão à plataforma tem sido "muito positiva", tendo sido adicionados centenas de locais desde que teve alguma exposição nos meios de comunicação. Há, contudo, algumas pessoas que "ainda não são muito recetivas à ideia porque acham que podem estacionar a mota em qualquer local", sublinha, notando que cada vez mais estes condutores são multados e as motas bloqueadas por estacionamento indevido.

O jovem realça ainda a importância da organização /racionalização do espaço numa cidade. "Existem também parques de motas sobrelotados", frisa, defendendo a necessidade de os expandir e de criar outros. 

De acordo com as estatísticas que Tiago reuniu, a Avenida da Liberdade destaca-se pela oferta de parques e lugares disponíveis. 

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