Hotel nas Galerias Lumiére com parecer positivo da DRCN

A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) deu parecer favorável ao Pedido de Informação Prévia (PIP) para uma unidade hoteleira a instalar nas Galerias Lumière, no Porto, que vão encerrar em 2020, revelou hoje aquele organismo.

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Lusa
12/11/2019 17:30 ‧ 12/11/2019 por Lusa

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Porto

Em resposta à Lusa, a DRCN informa "ter emitido um parecer favorável ao Pedido de Informação Prévia (PIP) de alteração do uso para as frações que constituem o edifício sito na Rua José Falcão, 151 a 171 e Rua das Oliveiras, 70 a 92, União de Freguesias da Vitória e outros, Porto".

Segundo a Direção Regional, a proposta apresentada pretende a alteração de utilização de comércio e serviços para unidade hoteleira, cujo futuro projeto "terá de ser objeto de nova apreciação".

As Galerias Lumière estão implantadas numa zona de especial de proteção do Depósito de Materiais da Fábrica das Devesas, o que obriga a um parecer da DRCN que tinha até quarta-feira para se pronunciar.

Para aquele organismo, "a intervenção proposta permite requalificar a imagem exterior do prédio e é por isso positiva para a relação com o imóvel classificado (Depósito de Materiais da Fábrica das Devesas), que se pretende salvaguardar".

Segundo a DRCN, o parecer já foi enviado para a Câmara do Porto, que tem agora de se pronunciar sobre o PIP.

Entretanto, em resposta à Lusa, a autarquia confirmou que recebeu hoje "o parecer favorável da DRCN, que irá agora ser analisado".

No dia 16 de outubro, a autarquia avançava que para o local existia "apenas a decorrer um PIP", não adiantando, no entanto, o projeto apresentado no âmbito daquele pedido.

"O PIP ainda não tem informação favorável da câmara, estando, neste momento, a aguardar o parecer solicitado à acrescentava, à data, o município, escusando-se a responder se teve ou não conhecimento antecipado do encerramento das Galerias Lumière.

Nessa altura, os lojistas falavam em "bullying imobiliário", por parte da atual administração das Galerias que os pressionava, através de email e sucessivos contactos telefónicos, no sentido de abandonarem o espaço o quanto antes.

Havia até vários lojistas que tinham já abandonado o local em troca do perdão das rendas em atraso, e outros que aceitaram um acordo com a administração que lhes ofereceu o valor das rendas até dezembro sob compromisso de entregarem a chave em janeiro.

Já os comerciantes mais antigos, alguns com espaços naquele local há pelo menos 15 anos, estavam a estudar junto dos seus advogados o caminho a seguir.

As notícias do encerramento das Galerias Lumière, onde chegou a funcionar nos anos 70 um cinema, levaram também o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, a reagir, dizendo estar preocupado com a especulação imobiliária naquela zona.

"O que preocupa é que a especulação imobiliária naquele local possa matar a dinâmica conseguida nos últimos anos. Se acontece com moradores, mais depressa acontece com os comerciantes", afirmava em declarações à Lusa, à data.

O autarca referia que, nos últimos tempos, têm sido vários os edifícios adquiridos por investidores naquela zona, tal como aconteceu agora com as Galerias Lumière, cujo destino desconhece.

À Lusa, António Fonseca explicava, contudo, que a sua preocupação não se prende com o valor patrimonial daquele edifício que, considera, se perdeu com o fim do cinema e a sucessiva descaracterização do espaço.

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