A substituição da calçada portuguesa por pedra lioz, proposta pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) no Plano de Acessibilidade Pedonal, está a originar polémica entre os que estão a favor e os que acham que a medida põe em causa a cultura portuguesa.
Nas redes sociais, a onda de indignação originou uma petição que já conta com 1.200 assinaturas. Os defensores da calçada portuguesa afirmam que a medida está a pôr em causa a cultura portuguesa e defendem que o conceito de zona turística, único local sonde será mantido este género de pavimento, é muito abstracto.
Há quem defenda, ainda, que a calçada portuguesa possui uma maior permeabilidade, durabilidade e regulação climatérica.
Do outro lado, estão os que acham que a calçada portuguesa, apesar de bonita, consegue ser muito perigosa, havendo vários casos de pessoas que dizem já terem sofrido entorses ou ruptura de ligamentos.
Sobre estes casos, o vereador do PCP Carlos Mouro diz que o problema está no facto de haver cada vez menos calceteiros qualificados, o que faz com que a construção e manutenção dos pavimentos seja menos cuidada, resultando nas pedras soltas e buracos.
Uma da soluções para a situação passa por “impedir os carros e cargas excessivas nos passeios, proibir a colocação de calçadas por curiosos e lançar uma equipa de calceteiros que monitorize diariamente a cidade”, pode ler-se na petição Fórum Cidadania LX.
Recorde-se que a calçada na Rua Vitória, na Baixa, no Alto de Santa Catarina, na Avenida de Roma, e no cruzamento da Elias Garcia com a 5 de Outubro são algumas das zonas onde a calçada portuguesa já está a desaparecer.
Fonte oficial da CML garante que a medida se trata apenas de um plano que ainda não está concluído, e que todos os contributos recolhidos na discussão pública serão tidos em conta.