Freira "mais radical da Europa" dá conferência em Portugal

Ganhou protagonismo pela denúncia do "bluff" da Gripe A, mas mais recentemente foram as suas posições sobre o aborto e o casamento homossexual que fizeram manchetes e lhe valeram o apelido de "freira mais radical da Europa".

Igreja católica conta com 1,2 mil milhões de fiéis

© Reuters

Lusa
13/11/2013 09:37 ‧ 13/11/2013 por Lusa

País

Teresa Forcades

Chama-se Teresa Forcades i Vila, tem 47 anos, é freira no Mosteiro de St. Benet em Monserrat, Barcelona, médica especialista em medicina familiar, mas é também um dos rosto do movimento de cidadãos Process Constituent, que defende um estado independente e livre de capitalismo na Catalunha e conta cerca de 50 mil seguidores.

Por tudo isto, a cadeia de televisão BBC considerou-a em outubro um dos mais influentes intelectuais de esquerda e apelidou-a de "freira mais radical da Europa".

"Colocamos rótulos e com isso parece que nos informamos de quem é [determinada pessoa], mas o mais bonito da teologia cristã é o reconhecimento do caráter original, único, de cada pessoa.[...] Não se me conhece pelos rótulos, mas pelo contacto pessoal", disse Teresa Forcades em entrevista a agência Lusa, por telefone, a partir de Berlim.

Forcades, que sexta-feira dá uma conferência e lança um livro em Lisboa, define-se como "uma freira beneditina que tenta ser fiel ao que considera ser a vontade de Deus".

Criticada pela sua intervenção política, não vê nela incompatibilidades com o exercício do ministério religioso.

"A Teologia não pode não ser política. Se não é política não é cristã", disse Teresa Forcades, citando o bispo catalão adepto da teologia da libertação, Pere Casaldàliga i Pla.

Para a freira, a teologia deve fixar-se nas pessoas que sofrem e não apenas "uma teologia angélica, autoreverencial e que fala de conceitos e não tem em conta as circunstâncias em que vive a maior parte da população".

Mas admite a "originalidade" de uma freira "com vocação de clausura" se envolver num movimento social com clara vocação política.

"Só se entende como uma vocação particular. Alguém me fez uma proposta, pensei nisso, falei com a minha abadessa, com o bispo e com a comunidade. Ninguém me disse que era fantástico, mas avaliaram-se as vantagens e inconvenientes", disse.

Confessa que gosta da atenção que recebe dos meios de comunicação social porque é uma forma de chegar às pessoas, mas considera que "a popularidade também é um peso" que faz com que avalie permanentemente a sua ação.

"Estou nisto porque acho que faz sentido. Se dentro de um ano concluir que o meu papel não acrescenta nada, deixo tranquilamente de ter essa relevância pública", acrescentou.

Afirma sentir que conta com o apoio de católicos de base, mas na Internet circula também uma petição com cerca de 5.000 mil assinaturas para pedir a sua suspensão.

"Estou consciente que[alguns católicos] acham muito mal o que faço e represento, mas tenho a impressão de que são minoritários. Antes da mudança de papado, estes grupos tiveram acesso a posições de poder e é possível que me possa chegar uma notificação oficial que me cause problemas reais, mas até agora isso não aconteceu", disse.

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