Uma funcionária da secção de pessoal do Hospital da Guarda foi apanhada, esta quinta-feira, a destruir, na unidade de saúde, dezenas de documentos da Câmara Municipal da Guarda.
O caso, que já de si era suspeito, ganha outros contornos, porque a funcionária em questão é mãe da antiga secretária de Álvaro Amaro, constituído arguido por suspeita de estar envolvido num esquema ilegal de contratação pública de transportes municipais.
Conta a SIC que foi a chefe da funcionária que deu o alerta à administração do Hospital da Guarda, depois de ter dado conta de uma "eliminação massiva" de papéis na trituradora de documentos e alheios à instituição de saúde.
A administração acabou por chamar a Polícia Judiciária (PJ) e, no final do dia de quinta-feira, os inspetores levaram todos os documentos retalhados em vários sacos para as suas instalações da Guarda.
Ainda de acordo com o antigo canal de Carnaxide, a funcionária em causa ainda não foi interrogada, mas será chamada a explicar a que título destruiu os documentos que não lhe pertenciam.
Com a saída de Álvaro Amaro da Câmara Municipal da Guarda para o Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde é eurodeputado atualmente, a antiga secretária da presidência passou a secretariar uma das vereadoras da maioria social-democrata do município.
Já Álvaro Amaro é arguido no Caso Transdev. No dia 12 de junho, a Diretoria da PJ do Norte executou mandados de busca em 18 câmaras do país, nas casas de Amaro e restantes coarguidos e também na Transdev, no âmbito de um processo que investiga a existência de um esquema ilegal de contratação pública de transportes municipais.
O eurodeputado, que assumiu o cargo, em Estrasburgo, a 2 de julho, foi interrogado, no dia anterior, a 1 de julho, em Viseu, ficando obrigado ao pagamento de 40 mil euros de caução e proibido de contactar com os demais arguidos do caso Trabsdev.