EMEL cobra estacionamento em cima do passeio em várias ruas de Campolide

Código da Estrada diz que é proibido, mas em pelo menos quatro ruas de Lisboa parece que os condutores podem estacionar em cima do passeio... desde que paguem.

EMEL cobra estacionamento em cima do passeio em várias ruas de Campolide

© Twitter / Helena Coelho

Natacha Nunes Costa
27/06/2019 10:20 ‧ 27/06/2019 por Natacha Nunes Costa

País

Insólito

Há várias semanas que quem estaciona nas ruas Vieira Lusitano, Conde das Antas, Leandro Braga e Soares dos Reis, na freguesia de Campolide, em Lisboa, se depara com uma situação insólita. A EMEL cobra por estacionamentos em cima do passeio, apesar de isso ser proibido pelo Código de Estrada.

A situação já foi denunciada nas redes sociais por várias pessoas e é hoje relatada no Jornal de Notícias. Nas imagens veem-se as viaturas a ocupar metade da faixa de rodagem e metade do passeio, com as linhas brancas, que delineiam os lugares, bem pintadas no alcatrão da estrada e ainda sinalização para o pagamento da ocupação do espaço.

Os moradores, que antes eram multados pela polícia por estacionarem desta forma, agora pagam para desta forma estacionar.

 

O Código de Estrada é bem claro quanto ao estacionamento em cima do passeio. Na alínea 1 do artigo 49 lê-se que é proibido estacionar “nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direcionais, nas placas centrais das rotundas, nos passeios e demais locais destinados ao trânsito de peões”. As multas para quem desrespeita esta lei vão de 30 a 150 euros.

O Notícias ao Minuto já tentou contactar a EMEL e a Junta de Freguesia de Campolide, mas sem sucesso até ao momento.

"EMEL decide o que quer a seu belo prazer e Medina a assistir, impávido"

Entretanto, em comunicado enviado às redações, o CDS fez saber que quer explicações da empresa e da Câmara Municipal (CML) liderada por Fernando Medina sobre violação dos direitos dos peões.

"Diogo Moura, líder da bancada municipal e presidente da concelhia do CDS Lisboa, entende que a regulação do estacionamento na cidade não pode ser feito 'à custa dos peões', com o impedimento da sua passagem e numa clara violação dos princípios emanados do Plano de Acessibilidades Pedonal de Lisboa, aprovado por unanimidade em Câmara e Assembleia", pode ler-se.

E prossegue: "A EMEL decide o que quer a seu belo prazer e vemos Fernando Medina a assistir, impávido, ao ataque ao Plano de Acessibilidades, pelo que o CDS exige que a CML e EMEL expliquem a clara violação da Lei das Acessibilidades e do Manual de Espaço Público editado pela CML e que define as intervenções, designadamente, nos passeios. Ou seja, temos um executivo socialista que afirma uma coisa, mas faz outra", afirma Diogo Moura.

Saliente-se ainda que os deputados municipais entregam hoje à presidente da Assembleia Municipal, Helena Roseta, um pedido de esclarecimentos para que a CML informe sobre a fundamentação desta intervenção.

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