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Padre Martins diz que levantamento da suspensão foi "boa nova"

O padre Martins Júnior disse hoje que a revogação da suspensão 'a divinis' (proibição de exercer os sacramentos) a que foi submetido há 42 anos pelo então bispo do Funchal é uma "boa nova", sobretudo para a Ribeira Seca.

Padre Martins diz que levantamento da suspensão foi "boa nova"
Notícias ao Minuto

14:02 - 17/06/19 por Lusa

País Ribeira Seca

"Foi uma boa nova, sobretudo para esta comunidade da Ribeira Seca e também, acho, para a história da Igreja na Madeira porque, depois de vários anos, houve um bispo que tomou nas mãos as rédeas desta embarcação chamada Diocese do Funchal", disse à agência Lusa.

Uma nota da Diocese do Funchal emitida no domingo dá conta do decreto eclesiástico que levantou a suspensão 'a divinis' ao padre Martins Júnior.

"No dia 27 de julho de 1977, o bispo D. Francisco Santana, decretou a suspensão 'a divinis' do reverendo Padre Martins Júnior. Tendo em consideração que, passados estes anos, as razões primeiras que levaram à aplicação e manutenção dessa pena deixaram de existir, o Bispo do Funchal, depois de ouvido o reverendo Padre Martins Júnior e os Conselhos Episcopal e dos Consultores, decidiu revogar a referida pena de suspensão", lê-se na nota.

A nota dá conta ainda que "o reverendo Padre Martins Júnior foi nomeado na mesma ocasião Administrador Paroquial da Ribeira Seca", anunciando que o bispo do Funchal, D. Nuno Brás, visitará a paróquia no dia 14 de julho às 17:00.

Para o padre Martins Júnior, o bispo do Funchal "acionou o botão necessário para que se fizesse mais luz e menos trevas, que se fizesse mais justiça e menos abusos e arbitrariedades por parte da autoridade".

Lembrou que a sua suspensão 'a divinis' foi "um embuste", numa época em que a Igreja estava "ao serviço da prepotência política" e tratou o povo da Ribeira Seca "como se fosse um trapo", negando-lhe os crismas e os restantes sacramentos.

"A suspensão 'a divinis' exige um processo formado com direito ao contraditório, é algo muito pesado, não é um 31, não é paga lá, dá cá", observou.

Questionado se o tempo do Papa Francisco está também a chegar à Madeira, Martins Júnior foi imediato: "acho que sim".

A revogação da suspensão 'a divinis' do padre Martins Júnior começou a produzir efeitos desde domingo.

Martins Júnior foi também presidente da Câmara Municipal de Machico pela UDP (1989) e pelo PS (1993) e deputado na Assembleia da Madeira.

O bispo Francisco Santana retirou-lhe, em 1974, a paróquia da Ribeira Seca por ter recusado entregar a chave da igreja. Essa situação levou à sua suspensão 'a divinis', três anos mais tarde.

Contudo, desafiando a diocese, o sacerdote continuou a celebrar missa porque "o povo assim quis", conforme disse à agência Lusa em 2016.

Em 2010, a diocese do Funchal também proibiu a visita da imagem peregrina de Fátima à igreja da Ribeira Seca por a mesma estar "indevidamente ocupada", por um padre suspenso 'a divinis'.

Quando tomou conta da diocese do Funchal este ano, o novo bispo, D. Nuno Brás, declarou que ia dar atenção aos "casos particulares e pessoais" existentes na igreja madeirense.

"Hão de ser tratados particularmente e pessoalmente", disse, então, o prelado madeirense.

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