Mário Machado em rede social russa: Antifascistas pedem intervenção do MP
Núcleos atifascistas, associações e Movimento Alternativa Socialista pedem ao Ministério Público que "não feche os olhos" às publicações de Mário Machado na rede social russa VK.
© Global Imagens
País Antifascismo
O líder da organização Nova Ordem Social (NOS), Mário Machado, encontrou na rede social russa VK uma forma de dizer o que pensa sem ser censurado. O resultado é uma série de publicações xenófobas, islamofóbicas e neonazis.
Numa dessas publicações, mostrou a revista Sábado na última edição, é possível ver um vídeo de uma encenação onde Mário Machado surge a matar Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo.
Tais publicações levaram a que vários núcleos anti-fascistas de Portugal, e outras organizações como a própria SOS Racismo e o Movimento Alternativa Socialista (MAS), se juntassem para pedirem ao Ministério Público que “instaure um processo penal” contra Mário Machado e que investigue as plataformas que o antigo dirigente da Frente Nacional usa.
“Depois de ter sido banido do Facebook e do Instagram por fazer publicações similares, Mário Machado encontrou uma nova rede social e um fórum para poder exprimir livremente a sua ideologia neo-nazi e supremacista e para poder livremente incentivar ao ódio e a violência contra minorias étnicas”, começam por referir num comunicado enviado às redações.
Vídeo paródia ao filme Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida, onde surge Mário Machado a disparar contra Mamadou Ba© Reprodução VK
Pedindo às autoridades portugueses que atuem neste caso, anti-fascistas frisam que não aceitam “fechar os olhos perante este tipo de atos”. “Sobretudo quando estes são cometidos por um criminoso que já foi condenado por crimes idênticos contra a humanidade e lidera um movimento que se exprime principalmente através de um fórum, no qual não é raro ver publicações abertamente fascistas, racistas, xenófobas e supremacistas”, acrescentam.
Os subscritores lembram ainda o crescimento da extrema-direita pela Europa e o “perigo que representa para a nossa liberdade e para os valores democráticos” e, por isso, deixam um apelo também ao Governo e aos partidos:
“Apelamos também à responsabilização do Governo e dos partidos nesta luta e relembramos que o fascismo é um perigo bem real e que Portugal não está imune ao risco de voltar a ver movimentos destes ganhar força no nosso país e concorrer a eleições, tal como foi feito no passado onde alguns dos piores ditadores e assassinos foram eleitos pelo povo que cedeu ao populismo”.
Por fim, o conjunto das organizações antifascistas avisam que caso o comunicado "não seja suficiente para o Ministério Público tomar consciência da gravidade dos atos e se decidir a intervir", os mesmos avançarão com uma queixa acompanhada de uma petição.
Subscrevem o comunicado as seguintes organizações: Núcleo Antifascista de Braga; Núcleo Antifascista do Porto; Núcleo Antifascista da Feira; Coordenadora Antifascista Portugal; Frente Unitária Antifascista; UCR - Ultras Contra o Racismo; SOS Racismo; MAS - Movimento Alternativa Socialista; Em Luta; STCC - Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center; Porto Não Se Vende; Coletivo Andorinha; FIBRA - Frente de Imigrantes Brasileiros Antifascistas; Ativismo em Foco; Tropicaustica; FISA - Frente de Intervenção Social e Apoio-mútuo e A Coletiva
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