A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, deteve sete pessoas pela presumível prática de crimes de branqueamento, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio e insolvência dolosa.
Entre os detidos está o sócio-gerente de uma sociedade comercial do ramo do mobiliário, que "terá engendrado um esquema criminoso recorrendo a um intrincado esquema de faturação fraudulenta", escreve a PJ em comunicado.
Com a comparticipação principal de outros arguidos dentro da sua esfera familiar, este "simulava a aquisição de equipamentos ou máquinas industriais como novas, quando na verdade se tratava de equipamento usado, sendo o seu valor real bastante inferior ao declarado nas faturas".
Com este esquema, que era levado a cabo com o conluio de outras sociedades suas fornecedoras, os detidos apresentaram um projeto de financiamento junto do 'Programa Portugal 2020', dando uma aparência de normalidade às transações efetuadas e que sustentaram a emissão de faturação falsa no período que mediou, pelo menos, desde maio de 2015 a agosto de 2016.
Assim, de acordo com a PJ, conseguiram obter subsídios comunitários no valor de três milhões e 100 mil euros, valor transferido para a sua esfera patrimonial, e usados para o seu proveito pessoal. Este valor foi-lhes atribuído pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão, responsável por gerir e coordenar fundos europeus.
A somar a isso, as autoridades apuraram que o principal arguido acabou por levar, devido a uma gestão ruinosa, à insolvência da principal sociedade, deixando um passivo de cerca de 10.000.000€ (dez milhões de euros), sendo o Estado Português o mais prejudicado.
No decurso da operação, à qual foi atribuído o nome de 'Prazo Final', foram apreendidas várias viaturas automóveis, equipamentos informáticos e telemóveis e documentação de natureza contabilística e fiscal com interesse probatório.
Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.