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Grande afluência aos postos em Benfica contrasta com trânsito reduzido

As ruas na zona de Benfica, em Lisboa, estavam hoje de manhã com menos trânsito do que o habitual, embora nas imediações das bombas de combustível a afluência de carros contrariasse esse cenário, dada a procura de gasóleo e gasolina.

Grande afluência aos postos em Benfica contrasta com trânsito reduzido
Notícias ao Minuto

14:05 - 17/04/19 por Lusa

País Reportagem

A Lusa fez um périplo por diversas bombas quando, em período de férias escolares, se conta o terceiro dia da greve dos motoristas de matérias perigosas, que reivindicam o reconhecimento da categoria profissional específica, e constatou que nem todos os condutores estão a alarmados com a falta de combustível registada já em várias zonas do país.

André Graça esteve mais de meia hora em fila nas bombas da Rua Conde de Almoster, em Benfica, para se precaver, pois parte na sexta-feira para a sua terra para passar a Páscoa.

"Normalmente abasteço a meio caminho em Leiria, mas como estou com dúvidas de que depois possa não ter venho pôr aqui", explicou à Lusa, adiantando que os vizinhos da bomba de gasolina que fica perto de sua casa, que já não tinha combustível, o avisaram para se ir abastecer a Benfica.

Há quem se desloque à procura de combustível por motivos de trabalho. É o caso de Vítor Pedroso, que adiantou ter procurado "em diversas bombas", mas ou estavam já sem gasóleo ou tinham grandes filas.

"Vou atestar. Como sou vendedor preciso mesmo de encher o depósito e deve chegar até segunda-feira", disse Vítor Pedroso, adiantando que faz uma média de 150 quilómetros por dia em trabalho.

Francisca Matias recusa o alarmismo que reconhece em algumas pessoas que acorrem às bombas, referindo à Lusa que precisa do combustível para trabalhar. Teve de procurar uma segunda bomba, já que a primeira a que se dirigiu estava fechada.

"Não é muito crítico, só estraga o fim de semana se não houver. Achei que era alarmismo. Não venho aqui por precaução, é porque tenho mesmo de o fazer para trabalhar", disse.

Já Maria João vê da janela de sua casa a bomba de gasolina onde agora espera para abastecer. Viu que, apesar de a fila ser grande, não era muito demorado para abastecer.

"Venho pôr só 20 euros para os próximos dias, não meto mais, o que dá origem a isto é o açambarque da gasolina. Acho isto um disparate", disse.

"Enquanto houver transportes públicos a gente safa-se, pior é quando faltar para eles", acrescentou.

João Martins é o mais pessimista de todos os condutores que a Lusa abordou. Mostrou estar "um pouco alarmado", pois pensava que a questão se ia resolver rapidamente.

"Isto é que é o verdadeiro poder, não é o Governo. Convém abastecer, porque não sei quando esta meia dúzia de senhores irá novamente trabalhar", frisou, sublinhando estar a preparar-se "para qualquer eventualidade" ao ir à bomba.

Nas zonas de Benfica, Telheiras, Alta de Lisboa e Alvalade são já várias as bombas de combustível onde o gasóleo está esgotado. Outras ainda têm gasolina, mas provavelmente não chegará até ao final do dia.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas "praticamente" com a rede esgotada.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está "inteiramente assegurado" para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder "aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a "situação de alerta" devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a ANTRAM e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

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