Quando o alerta da derrocada de uma estrada, em Borba, chegou à delegação regional do centro do INEM, em Lisboa, na tarde de segunda-feira, havia vários enfermeiros para sair. Mas a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) que saiu de Lisboa para Borba, numa altura em que o número de vítimas era indeterminado, não transportava nenhuma equipa de intervenção pré-hospitalar.
A situação é denunciada pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco que, em declarações à SIC, afirma que terá sido acionada uma VMER para a pedreira, em Borba, que não levava qualquer enfermeiro.
“Levava técnicos e fez uma paragem, um desvio, no hospital Garcia da Orta [em Almada], supostamente, para levar a senhora diretora regional sul do INEM”.
No entender da Ordem, trata-se de uma situação “completamente aberrante” e que já foi reportada ao Ministério da Saúde. Para Ana Rita Cavaco, o caso é ainda mais grave por se tratar de um cenário de várias vítimas, “em que não se sabia nem quantas nem em que condições podiam estar aquelas pessoas”.
A Ordem lembra que a VMER não pode fazer serviço de emergência sem um médico e um enfermeiro no seu interior, podendo o socorro às vítimas ficar comprometido.
“O INEM é aquela instituição em que todos nós confiamos para proteger a nossa vida em caso de acidente ou de doença súbita e já são muitos os casos em que há efetivamente problemas nas ativações e isso coloca em risco a vida das pessoas”, enfatiza a bastonária.