Um touro morreu durante uma largada, este sábado, nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita.
A informação foi denunciada ao Notícias ao Minuto e há, inclusive, publicações nas redes sociais que documentam a mesma situação.
De acordo com relatos de testemunhas, o animal terá embatido contra um obstáculo, momentos antes da sua morte. E o momento em que o touro fica no chão, enquanto as pessoas gritam para que este se levante, foi captado pelos internautas.
Contactada pelo Notícias ao Minuto, a plataforma Basta “condena este tipo de tradições violentas”, que, aliás, “anualmente provocam vítimas mortais em Portugal (dois mortos em média nos últimos anos), centenas de feridos e elevados prejuízos materiais. Além da violência contra pessoas (crianças incluídas), as largadas de touros não são inofensivas para os animais, como se comprova neste episódio, sendo frequente a ocorrência de acidentes com morte de animais”.
Além disso, frisa a mesma fonte, “os touros utilizados em largadas são sujeitos a um esforço físico bastante elevado, normalmente debaixo de temperaturas elevadas, que resultam na morte ou em ferimentos nas ruas onde decorrem estes festejos”. Por isso, “é comum a morte de touros por esgotamento, fadiga e pelos ferimentos resultantes das largadas de rua, situação que os participantes e promotores das largadas tentam esconder da opinião pública, proibindo, por exemplo, o registo fotográfico deste tipo de episódios mais violentos”, acrescenta.
Saliente-se ainda que, em Portugal, ao contrário do que acontece em Espanha, “as largadas de touros não obedecem a nenhum regulamento próprio que estipule regras que garantam o bem-estar dos animais, nem limites para a forma como estes festejos decorrem. Apesar de se tratarem de eventos de grande violência e de risco elevado para os habitantes, não existe legislação que reconheça estas atividades e regulamente a forma como elas decorrem”, defende a Basta.
Perante as circunstâncias, “a plataforma Basta considera extremamente grave que ainda não tenham sido adotadas medidas para garantir o cumprimento das regras de bem-estar animal e a proteção de crianças e jovens neste tipo de festejos tauromáquicos, ao contrário do que existe nas touradas de praça”.
Este enquadramento significa que, em Portugal, “crianças de todas as idades assistem e participam neste tipo de festejos violentos e extremamente perigosos, colocando em risco a sua vida e presenciando episódios de extrema violência”. Aliás, nos últimos dois anos, como recorda a plataforma, registou-se a ocorrência “de episódios graves com crianças em largadas de rua, apesar do Comité dos Direitos da Criança da ONU já ter advertido Portugal a adotar medidas legislativas e campanhas de sensibilização para afastar as crianças e jovens deste tipo de violência”.
A plataforma Basta lamenta, por tudo isto, “os episódios ocorridos na Moita, e condena a forma descontrolada como são promovidos estes festejos, sem regras nem responsabilidades. Condenamos ainda a violência exercida contra pessoas e animais, solicitando ao Governo que adote medidas legislativas urgentes que garantam o bem-estar dos animais e a proteção das crianças e jovens da violência da tauromaquia”.