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Cardeal O'Malley é a melhor ponte entre as duas margens do Atlântico

O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, considerou hoje Sean O'Malley "a melhor ponte entre as duas margens do Atlântico", pelo lugar que pôs no apoio às comunidades lusófonas, sobretudo portuguesas, nos Estados Unidos.

Cardeal O'Malley é a melhor ponte entre as duas margens do Atlântico
Notícias ao Minuto

23:53 - 15/06/18 por Lusa

País Manuel Clemente

Em declarações à agência Lusa no final da cerimónia com que a Universidade Católica Portuguesa (UCP) outorgou ao cardeal de Boston o Doutoramento Honoris Causa, Manuel Clemente lembrou tratar-se de "uma das figuras mais interessantes" que há no protagonismo eclesial e, mais ainda, muito próximo do papa Francisco.

"É uma das figuras mais interessantes que temos no protagonismo eclesial e muito próximo ao papa Francisco. Pertence àquele grupo que escolheu e que está a preparar uma reorganização dos serviços centrais da Igreja, tem estado em várias frentes, todas elas importantes, e a desempenhá-las muito bem", referiu.

Para o cardeal patriarca de Lisboa, O'Malley é uma personalidade "muito querida", quer da e na Igreja americana, quer da e na universal, com Portugal a ter a sorte de ser associado a um "laço especial".

"Contactou sempre muitos portugueses [bem como brasileiros e cabo-verdianos] na América, aproximou-se realmente deles, a partir da língua que fala com facilidade. Manteve aquele seu bom humor que herdou dos seus avós irlandeses, que desenvolveu na América e que nos faz bem a todos. Faz-nos ficar bem dispostos, mesmo quando diz verdades, o que nos cria uma disposição ainda maior para servir toda a gente", notou.

Sobre a intervenção de O'Malley na aceitação do Doutoramento, em que destacou a dicotomia entre as celebridades, que não ajudam, e os cuidadores, que tratam da fé, Manuel Clemente observou que o cardeal de Boston, além de cristão, é capuchinho, um franciscano.

"Francisco de Assis, no seguimento de Jesus, é exatamente o exemplo de uma personalidade preenchida. Nenhum dos dois, nem Jesus e nem Francisco de Assis, procuraram protagonismo fácil e não lhes faltavam qualidades. No entanto, pela profundidade e pela verdade com que viveram, continuam a influenciar-nos a todos e muito especialmente ao nosso estimado cardeal O'Malley", explicou.

"[O doutoramento foi] muito bem atribuído, pela relação antiga e quase constitutiva da UCP que tem com a lusofonia americana, com a luso-descendência americana e com os seus bispos e arcebispos. Na figura do cardeal O'Malley temos a melhor ponte entre as duas margens do Atlântico", concluiu.

O'Malley, 73 anos, natural de Lakewood, no Estado norte-americano de Ohio, onde nasceu a 29 de junho de 1944, foi hoje doutorado Honoris Causa pela UCP, sob proposta da Faculdade de Teologia, como reconhecimento pelo apoio à comunidade portuguesa nos Estados

Doutorado em Literatura Espanhola e Portuguesa, o cardeal norte-americano, nomeado arcebispo a 01 de julho de 2003, é membro de várias congregações e conselhos da Santa Sé e integra o chamado 'G9', o grupo restrito de cardeais que o papa escolheu para se pensar as reformas da cúria romana e das instituições da Igreja.

Um dos seus livros, "Anel e Sandálias", publicado pela Paulinas Editora (2010), está traduzido em português. O lema das suas armas cardinalícias é "Quodcumque dixerit facite" ("Fazei tudo o que Ele vos disser"), a frase que Maria, Mãe de Jesus, diz aos serventes nas bodas de Caná (Jo 2, 5).

Em 1985, foi agraciado com a Comenda da Ordem Infante D. Henrique, em reconhecimento pelo "notável trabalho" junto da comunidade de luso-americanos. Em 2016 foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, por serviços prestados às comunidades portuguesas nos Estados Unidos, nomeadamente em Washington e depois em Fall River.

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