Mulher, negra, lésbica e ativista pelos direitos humanos. Eis Marielle Franco, mulher nascida na favela da Maré e que chegou à representação política com a força dos votos. Chamavam-lhe a 'filha da Maré'.
A vereadora foi assassinada no Rio de Janeiro, juntamente com o seu motorista, num caso ainda a ser investigado.
Cerca de 24 horas antes, no Twitter, Marielle, igual a ela própria, criticava a brutalidade da intervenção das autoridades numa metrópole que está há semanas a ser controlada por militares.
"Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", perguntava na plataforma Marielle.
Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?
— Marielle Franco (@mariellefranco) March 13, 2018
Num país que nos últimos anos tem sido notícia pelas mortes nas ruas e os casos de corrupção no poder, a voz de Marielle destacou-se no Rio de Janeiro. O assassinato da vereadora levou milhares de brasileiros às ruas num exercício misto, de homenagem, mas também de apoio às ideias que defendia em vida.
A objetiva da Reuters captou os momentos que uniram milhares de pessoas no Rio de Janeiro na última quinta-feira. Marielle foi assassinada. Mas "Marielle vive", como se lê num dos cartazes.