Depois de ouvir os partidos com representação parlamentar, o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, anunciou que vai propor Jordi Sànchez para próximo presidente da Generalitat (governo catalão).
O nome de Sànchez, número dois do Juntos pela Catalunha, foi avançado na quinta-feira, depois de Carles Puigdemont ter anunciado que abdicava do cargo de presidente
Durante esta segunda-feira, Roger Torrent reuniu-se com os partidos que compõem o parlamento catalão, com o objetivo de perceber até que ponto estariam dispostos a apoiar Jordi Sànchez.
Em comunicado, Torrent confirmou que abdicou do nome de Puigdemont e que agora propõe Jordi Sànchez para liderar o próximo governo catalão.
Fruit de la ronda de consultes amb els grups parlamentaris, acabo de signar la resolució proposant el diputat Jordi Sànchez i Picanyol (@jordialapreso) com a candidat pel debat d’investidura de la presidència de la Generalitat. #Parlament
— Roger Torrent (@rogertorrent) March 5, 2018
“Depois de uma ronda de consultas com os grupos parlamentares, acabo de assinar uma resolução a propor o deputado Jordi Sàncehz como candidato para o debate de investidura da presidência da Generalitat”, escreveu Torrent no Twitter.
A região, recorde-se, está sem governo desde as eleições de 21 de dezembro. O partido vencedor, o Ciudadanos, não conseguiu (nem tentou, na realidade) formar executivo, uma vez que os partidos independentistas conseguiram uma maioria no parlamento.
O bloco separatista (Juntos pela Catalunha, ERC e CUP) nunca abdicou de Carles Puigdemont, considerando-o o líder legítimo do governo. No entanto, como o ex-presidente está exilado em Bruxelas, não pôde tomar posse.
Em causa, está uma decisão do Supremo Tribunal espanhol que definiu que Puigdemont não pode tomar posse à distância. Este impedimento deixou a região num impasse, com trocas de acusações inclusive dentro do bloco independentista, culminando com a desistência de Puigdemont, que pretende, no entanto, governar a partir de Bruxelas.
Assim sendo, o Juntos pela Catalunha optou por escolher o número dois do partido para liderar o governo catalão. A ERC, depois de alguma hesitação, decidiu apoiar o seu antigo parceiro de coligação, faltando apenas a confirmação da CUP. Este apoio, contudo, será fundamental, uma vez que sem os votos do partido de Extrema-Esquerda Jordi Sànchez não terá votos suficientes para conseguir a maioria no parlamento.
A juntar a esta condição, há ainda um outro fator a ter em conta: Sànchez está em prisão preventiva. Ou seja, para tomar posse como presidente, precisa de ter uma autorização do juiz do Supremo Tribunal para comparecer no parlamento e tomar posse.