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ERC não se compromete com Sànchez. Presidente "deveria ser Junqueras"

Proposta de Jordi Sànchez para liderar a Generalitat, feita na quinta-feira por Carles Puigdemont, está a gerar alguma discórdia nos partidos independentistas. Esquerda Republicana da Catalunha mantém apoio a Puigdemont, mas a existir outro presidente este deveria ser Oriol Junqueras por este ter sido o vice-presidente do anterior governo, diz o partido.

ERC não se compromete com Sànchez. Presidente "deveria ser Junqueras"
Notícias ao Minuto

12:45 - 02/03/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Catalunha

Carles Puigdemont renunciou "provisoriamente" à liderança da Generalitat e propôs Jordi Sànchez, o seu número dois no Juntos pela Catalunha, como seu sucessor. No entanto, esta escolha não parece estar a cair muito bem no seio dos restantes partidos independentistas, notando-se já, como diz o La Vanguardia, algumas desavenças na formação do próximo executivo.

Depois do anúncio feito por Puigdemont na quinta-feira, a Esquerda Republicana da Cataulnha (ERC) reagiu à proposta do nome de Jordi Sànchez para a presidência da Generalitat, e manifestou algumas reservas.

Sem se comprometer com esta escolha, Sergi Sabrià, porta-voz da ERC, disse que “com a proposta rompe-se uma linha há muito defendida, que era a restituição do governo legítimo”. Até ao momento, apesar das condicionantes – Puigdemont, recorde-se, está exilado em Bruxelas e não pode tomar posse à distância -, o nome do líder do Juntos pela Catalunha era consensual para liderar o próximo executivo.

“Apesar de tudo, não temos acordo”, disse Sabrià em entrevista à Catalynia Ràdio, sugerindo que, não sendo Puigdemont o próximo presidente, então a escolha “deveria ser Oriol Junqueras”, líder do partido de Esquerda, também ele detido pelas autoridades espanholas, que foi vice-presidente de Puigdemont.

Contudo, a ERC reconhece a importância da decisão de Puigdemont, “um passo importante para que se comece a formar um governo efetivo”, pelo que os partidos independentistas “devem continuar com as reuniões” para fechar um acordo. Sabrià alertou ainda para o facto de a Candidatura de Unidade Popular (CUP) ser fundamental para as negociações.

A ERC mostra-se ainda confiante que os independentistas “encontrem um ajuste que permita que cada um possa desempenhar as suas funções, o presidente Puigdemont a partir da Bélgica e o futuro presidente autonómico a partir da Catalunha”.

"Já não estamos na lógica do Juntos pelo Sim"

Mas, para a Esquerda Republicana, o presidente deveria ser Junqueras, uma ideia que entra em colisão com o Juntos pela Catalunha.

Esta sexta-feira, na entrevista à RAC1, Carles Puigdemont lançou algumas farpas à ERC, outrora parceira de coligação do Juntos pelo Sim, que, nas eleições de dezembro, decidiu ir separada às urnas.

Por isso, diz Puigdemont, “não vale ir separado e querer seguir uma lógica como se o Juntos pela Catalunha e a ERC fossem um só grupo”. “Se estivéssemos na lógica do Juntos pelo Sim, seria normal Junqueras assumir a responsabilidade [de ser presidente ao invés de Jordi Sànchez], mas não estamos nessa lógica e existem dois grupos parlamentares, não um”, rematou o líder independentista.

Na mesma entrevista, Puigdemont disse que Sànchez é "elegível como presidente" e que um veto da justiça espanhola à sua nomeação desencadearia um "colapso institucional" que poderia mesmo constituir um “delito”.

Entretanto, o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, vai começar a ouvir os partidos na próxima segunda-feira para perceber qual a posição dos mesmos relativamente à nomeação de Jordi Sànchez que, convém realçar, está preso em Espanha e precisa de uma autorização do juiz do Supremo Tribunal para, eventualmente, tomar posse.

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