Parlamento ucraniano adota lei anticorrupção exigida pelo ocidente
O parlamento ucraniano deu hoje o primeiro passo para a criação do tribunal anticorrupção, uma medida exigida com insistência pelos credores e aliados ocidentais de Kiev, mas cujas modalidades permanecem controversas.
© Reuters
Mundo Kiev
O projeto de lei, preparado pela presidência e que deverá ainda registar substanciais alterações, foi aprovado em primeira leitura por um total de 282 deputados - o mínimo exigido era 226.
O Presidente Petro Poroshenko já se congratulou com a decisão.
"Apelo aos deputados para não demorarem na sua aprovação em última leitura", declarou na sua página Facebook.
A luta contra a corrupção das elites esteve no centro das reivindicações no decurso da rebelião pró-europeia do Maidan em 2013-2014, e permanece uma das principais exigências dos patrocinadores ocidentais do atual poder, proveniente desse movimento contestatário.
A Ucrânia já possui diversas estruturas anticorrupção, mas a criação de um tribunal independente será o culminar deste processo.
Sob pressão ocidental e de militantes ucranianos, e após meses de hesitações, Poroshenko acabou por submeter no final de dezembro este projeto-lei.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, cujo apoio financeiro é decisivo para a Ucrânia, criticaram, no entanto, as modalidades do texto.
Segundo uma carta divulgada em meados de janeiro, o FMI considerou que as suas "disposições não são coerentes com os compromissos" de Kiev junto desta organização financeira, referindo-se em particular "às derrogações previstas para certos altos responsáveis".
Por sua vez, Poroshenko disse em fevereiro que aguardava um "compromisso" no parlamento para que o documento correspondesse às exigências ocidentais.
Segundo o Banco Mundial, a corrupção priva anualmente a Ucrânia de "1% a 2%" da sua riqueza nacional.
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