Passageiros retidos após Air Timor cancelar voos à última hora
A empresa timorense Air Timor cancelou hoje, à última hora, todos os seus voos entre Díli e Kupang, dos dois lados da ilha de Timor, deixando retidos passageiros que têm agora que encontrar outras rotas para regressar.
© Lusa
Mundo Timor-Leste
"Fui informado por sms pouco tempo antes da hora do voo de que estava cancelado. Fui ao aeroporto e apenas me deram um 'voucher' para eu ter o reembolso em Díli", explcou à Lusa Antonio Correa, um dos passageiros afetados.
No aeroporto foi obrigado a comprar outra viagem entre Kupang e Atambua, vila indonésia próximo à fronteira com Timor-Leste e teve depois que apanhar um táxi até ao posto fronteiriço.
"Depois tenho que apanhar uma 'microlet' para Díli. Não sei a que horas consigo chegar", contou.
Alguns clientes compraram bilhetes para a rota na terça-feira, tendo-lhes sido garantido que os aviões estavam a operar normalmente.
Numa mensagem aos clientes, a Air Timor explica que a partir de hoje tiveram que "cancelar todos os voos Díli-Kupang-Díli devido a razões comerciais", considerando que a "atual situação económica e o reduzido número de passageiros forçou a Air Timor a tomar esta decisão".
O cancelamento dos voos - que se realizavam três vezes por semana - ocorre pouco mais de dois meses depois do voo inaugural desta rota, que foi feito a 15 de dezembro.
Fonte da empresa explicou à Lusa que a decisão só foi comunicada pela direção aos funcionários na terça-feira e que eles próprios ficaram "surpreendidos" com a suspensão.
Argumentos idênticos foram usados pela empresa timorense Air Timor, que na segunda-feira anunciou o corte de um dos dois voos semanais que ligava Díli a Singapura devido à "situação económica" e ao reduzido número de passageiros, informou a empresa aos seus clientes.
Timor-Leste prepara-se, a 12 de maio, para ir às urnas em eleições parlamentares antecipadas anunciadas pelo Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, para resolver o impasse político em que estava o país.
O Parlamento Nacional está dissolvido, o Governo está em gestão e o Estado vive com duodécimos desde 01 de janeiro, com o impacto económico de uma desaceleração acentuada da máquina do Estado - principal motor da economia - a começar a fazer-se sentir.
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