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ACNUR pede a Israel para suspender política de deslocação de migrantes

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu hoje a Israel para suspender a sua política de deslocação forçada de migrantes, na maioria eritreus e sudaneses, para países da África subsaariana.

ACNUR pede a Israel para suspender política de deslocação de migrantes
Notícias ao Minuto

14:12 - 09/01/18 por Lusa

Mundo Declarações

O porta-voz do ACNUR, William Spindler, disse numa conferência de imprensa que a agência está "realmente preocupada" com o anúncio de Israel no início do mês sobre planos para deslocar à força eritreus e sudaneses para outros países de África ou detê-los indefinidamente.

"Numa altura em que o ACNUR e os seus parceiros da comunidade internacional estão comprometidos com as transferências de emergência a partir da Líbia, a deslocação forçada para outros países que não oferecem proteção efetiva e o consequente movimento destas pessoas para a Líbia e Europa é particularmente preocupante", adiantou Spindler.

Segundo o ACNUR, há 27.000 eritreus e 7.700 sudaneses em Israel e, desde 2009, foi dado asilo a apenas 10 eritreus e um sudanês. Além disso, Israel não recebe qualquer refugiado sudanês ou eritreu desde maio de 2016.

O ACNUR identificou 80 casos em Itália de migrantes eritreus ou requerentes de asilo que, depois de terem sido deslocados por Israel para um país africano, "arriscaram as suas vidas numa perigosa viagem até à Europa através da Líbia".

As entrevistas decorreram entre novembro de 2015 e dezembro de 2017 em centros de acolhimento perto de Roma.

A maioria dos inquiridos explicou ter sido transportado de Israel para outros países em África com 3.500 dólares (2.900 euros) e que se sentiram inseguros porque se sabia que levavam esse dinheiro, disse o porta-voz.

Admitindo que "as perspetivas de integração em Israel para pessoas com determinados perfis podem ser complicadas", Spindler evocou a possibilidade de os migrantes serem deslocados com garantias para países terceiros.

"Pedimos a Israel que procure alternativas legais para a deslocação destas pessoas para outros países", disse.

Israel anunciou no passado dia 3 o início de um programa para impor a quase 40 mil migrantes ilegais a escolha entre serem expulsos ou detidos caso não regressem aos países de origem até ao fim de março.

Segundo dados oficiais do Ministério do Interior israelita, estão abrangidas cerca de 38.000 pessoas, na maioria eritreus e sudaneses, a cujos países, reconhece tacitamente o Governo israelita, não podem regressar por não lhes garantirem a respetiva segurança.

O regime eritreu é acusado pelas Nações Unidas de crimes contra a humanidade "generalizados e sistemáticos".

Quanto ao Sudão, o presidente sudanês, Omar el-Bashir, tem pendente um mandado de detenção decretado pelo Tribunal penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.

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