Polícia que viu Younes: "Guiava aos zigue-zagues à procura de quiosques"

Um agente da Guárdia Urbana que estava nas Ramblas no dia do atentado descreve cenário de terror. Fala em imagens macabras mas também de solidariedade e coragem.

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© Pablito Tergal/Twitter

Notícias Ao Minuto
26/08/2017 23:53 ‧ 26/08/2017 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Barcelona

Sergi Lledó estava de serviço no passado dia 17 de agosto precisamente no epicentro do ataque terrorista, nas Ramblas. Nesse dia estava destacado para a estação de metro da La Rambla, por causa dos carteiristas, mas o destacamento não é estático e os agentes vão-se alternando entre estações, entrando e saindo periodicamente do subsolo para a rua, segundo explicou ao El País.

Às 16h50, Lledó estava junto à entrada do metro, na rua. Um turista estava a pedir informações quando ouve um golpe seco vindo do passeio pedonal. O agente soube de imediato do que se tratava e indicou via rádio aos colegas: “Atentado terrorista. Desimpeçam a área”.

“A carrinha ia a tanta velocidade a entrar na Rambla que as rodas se levantavam. Dentro do veículo só ia o condutor, com as janelas abertas e a gritar”, indicou. “Gritava como um louco” enquanto atropelava dezenas de pessoas pela ruas abaixo.

O agente e três colegas que estavam perto de si começaram de imediato a correr atrás do veículo. “Íamos a gritar para as pessoas se afastarem. Soubemos desde o primeiro momento que era um ataque terrorista”, afirmou.

Sergi recorda pormenores aterradores: “Andava aos zigue-zagues à procura das paragens e dos quiosques onde estava gente distraída e sem capacidade de reagir. Queria causar o maior estrago possível”.

A carrinha ia tão rápido e o terror que ficava para trás era tanto que a dada altura pararam. “Paramos em seco, sem dizer nada e olhamos para trás. O panorama que o terrorista deixou era desolador”, lamentou. “Fizemos a nossa lista de prioridades mentalmente, separando os feridos graves dos menos graves”.

Diz que as imagens que guarda são macabras mesmo tentado lembrar-se apenas das mostras de solidariedade. Fala de cidadãos a fazer manobras de reanimação, de vida salvas no último minuto e “de muito sangue pelo meio”.

Sublinhado que tinha sacado da arma poucas vezes em dois anos, naquela tarde estava toda a ensanguentada por estar sempre nas suas mãos. “Nenhum dos meus colegas duvidou um segundo em pôr a própria vida em perigo. Alguns estavam de férias e abandonaram as suas famílias para ajudar numa zona onde ninguém sabia se explosivos ou atiradores furtivos”, terminou.

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