Deixaram de ser testemunhas de Jeová e a família virou-lhes as costas
São histórias de quem deixou de ser crente e, automaticamente, deixou de ter família.
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Mundo Religião
Sarah, nome fictício, foi dissociada das testemunhas de Jeová por não ter continuado ligada a um homem que a agredia fisicamente. A jovem, que está na casa dos 20 anos, foi entrevistada no programa ‘Victoria Derbyshire’, da BBC, e contou a sua história, revelando que os fiéis mais velhos se recusaram a punir o companheiro pela violência doméstica.
Sarah só reuniu coragem para enfrentar a situação quando os colegas se aperceberam dos hematomas que apresentava e a convenceram de que não podia continuar a submeter-se aos maus-tratos do companheiro.
Na noite em que foi dissociada das testemunhas de Jeová a mãe recusou-se a falar com ela e, na manhã seguinte, o pai acordou-a cedo para a expulsar de casa.
Agora, a jovem sente-se sozinha. Os familiares e amigos que são crentes não lhe falam, pois ela já não pertence à comunidade religiosa deles.
“Eu considero-me órfã, o que é muito triste”, lamentou.
Mas o caso de Sarah não é único.
John, também um nome fictício, tornou-se testemunha de Jeová quando era criança devido à influência dos pais. Há dois anos também foi dissociado, tudo porque não esteve presente num velório.
Ao mesmo programa da BBC, John admitiu que já há algum tempo que começara a questionar os ensinamentos daquela religião. Primeiro, devido à crença de que o fim do mundo se aproxima e apenas 144 mil pessoas vão para o céu. Depois, devido à morte de um amigo, também testemunha de Jeová, consequência do facto de a religião não permitir que sejam feitas transfusões sanguíneas aos seus membros.
John foi dissociado, saiu de casa, viveu em barracas e perdeu o contacto com os filhos e os irmãos.
“Senti-me muito isolado. Não tinha ninguém e só pensava em suicídio”, confessou.
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