Tal ideia "não concorda" com as regras da União Europeia (UE), considerou um vice-presidente da Comissão, Jyrki Katainen.
Se se tratar de "uma espécie de quota", que impõe às autoridades públicas "comprar produtos ou serviços, pouco importa a sua qualidade, pouco importam os preços, apenas com base na quota geográfica, isso não concorda verdadeiramente com os nossos princípios sobre os mercados públicos", declarou o comissário europeu com o pelouro do Crescimento e Competitividade.
Estes princípios "foram criados para proteger os interesses dos contribuintes" e para que "os fornecedores de bens e serviços" possam "estar seguros que são tratados de maneira igual", acrescentou, à margem da apresentação de "um documento de reflexão" da Comissão sobre "o controlo da globalização".
Mas, "para ser honesto, não se sabe concretamente o que ele (Macron) vai propor", relativizou.
Emmanuel Macron inscreveu, no seu programa eleitoral, a reserva do "acesso aos mercados públicos europeus às empresas que localizem pelo menos metade da sua produção na Europa", medida que qualificou como "Buy European Act" (Lei Compra Europeu).
Esta designação faz referência ao "Buy American Act", aprovada em 1993, que ainda hoje obriga as agências federais dos EUA a comprarem prioritariamente bens produzidos em território norte-americano.
Segundo fontes europeias, tal proposta tem a oposição de alguns Estados membros, como "os países nórdicos", bem como a Alemanha e a Bélgica.
Na realidade, o secretário de Estado adjunto do ministro da Economia alemão, Matthias Machnig, divulgou hoje a sua oposição à proposta de Macron. "Não penso que seja uma boa proposta. Penso que a Europa sempre foi forte, quando teve mercados abertos", disse a jornalistas alemães, em Bruxelas.
"Na minha opinião, a Europa não deveria apostar no 'Buy European', mas antes na reciprocidade. Queremos a mesma abertura de mercados no estrangeiro de que beneficiam as empresas estrangeiras nos mercados alemão ou europeu".