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Amnistia condena Paquistão por repressão de manifestantes
A Amnistia Internacional apelou ao Paquistão para libertar centenas de ativistas da oposição detidos nos últimos dias, nas vésperas de uma manifestação agendada para quarta-feira em Islamabad para pedir a demissão do primeiro-ministro.
© Reuters
Mundo AI
A polícia deteve cerca de mil apoiantes do Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), partido da oposição, em todo o país desde a semana passada, após a proibição de reuniões públicas em Islamabad, imposição que foi, mais tarde, parcialmente levantada por uma ordem judicial.
O PTI, de Imran Khan, planeia 'bloquear' a capital na quarta-feira paquistanesa reivindicando a demissão do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, por causa dos 'Papéis do Panamá', segundo as quais três dos quatro filhos do chefe do Governo criaram empresas nas Ilhas Virgens Britânicas através das quais controlam propriedades em Londres.
A família Sharif, que enfrentou no passado acusações de corrupção, reconheceu a posse das empresas e das propriedades, mas rejeitou qualquer tipo de ilegalidade.
A autoestrada que liga a cidade de Peshawar a Islamabad tornou-se no mais recente foco de tensão, com as autoridades a usarem contentores e outras medidas antimotim para evitar a concentração de milhares de ativistas da oposição.
A polícia impediu os manifestantes de chegarem à capital na noite de segunda-feira, forçando-os a dormir na rua a cerca de 20 quilómetros da cidade.
Champa Patel, diretora da Amnistia Internacional para o sul da Ásia, afirmou não haver justificação para aquilo que definiu de "repressão" pela polícia.
"A Constituição do Paquistão garante às pessoas direitos de liberdade de reunião, expressão e movimento", frisou, instando as autoridades a "libertar imediata e incondicionalmente todas as pessoas detidas apenas por exercerem os seus direitos" e a "deixá-los protestar pacificamente".
Oo Supremo Tribunal do Paquistão deve começar hoje as audiências do caso relativo às revelações dos 'Papéis do Panamá'.
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