Comunidade LGBT acusa Israel de a utilizar como manobra de diversão

Ativistas da comunidade Lésbica, Gay, Bissexual e Transexual (LGBT) afirmam que Israel está a gastar dinheiro para restaurar a imagem liberal manchada pela sua ocupação dos territórios palestinianos.

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© Reuters

Lusa
03/06/2016 21:47 ‧ 03/06/2016 por Lusa

Mundo

Homossexualidade

Milhares de pessoas participaram na Marcha do Orgulho LGBT de Telavive, um evento anual promovido e patrocinado pela cidade que atrai atenção global.

No passado, eram apenas os ativistas pró-palestinos que acusavam o governo de elevar a sua reputação para a tolerância sexual como uma cortina de fumo, uma tática conhecida como 'pinkwashing'.

A comunidade LGBT foi mobilizada um mês antes desta marcha com o anúncio por parte do Ministério do Turismo de que iria disponibilizar aproximadamente 2,2 milhões de euros em publicidade de modo a atrair visitantes europeus para o evento.

A quantia foi 10 vezes mais do que o que é normalmente disponibilizada anualmente pelo Estado para as associações LGBT.

"Gastar 1,5 milhões de shekels (Cerca de 300 mil euros) para pintar um arco-íris num avião cheio de turistas, é ridículo," disse Imri Kalman, copresidente da Aguda, a maior ONG da comunidade em Israel.

"Finalmente entendemos a hipocrisia deste governo e deste primeiro-ministro, que se gaba em inglês e no estrangeiro sobre a liberdade que os homossexuais têm em Israel mas nunca diz o mesmo em hebraico quando volta para casa."

Depois da ameaça de cancelar a marcha deste ano, por parte dos ativistas, a comunidade decidiu pedir uma ajuda estatal maior.

O Ministério das Finanças anunciou então que daria aos grupos homossexuais e transexuais, no decorrer de três anos, a mesma quantia que gastou com as campanhas publicitárias (2,2 milhões de euros).

A tolerância para com estes grupos não existe fora do enclave cultural que é conhecido como "a bolha de Telavive".

Uma rapariga de 16 anos foi esfaqueada até à morte, por um homem ultraortodoxo, quando participava na Marcha do Orgulho LGBT de Jerusalém, no ano passado.

Ainda assim, Israel é visto como sendo um país progressivo em termos de visibilidade e igualdade da comunidade LGBT.

O exército, muitas vezes visto como uma instituição conservadora, é recetivo a soldados homossexuais e transexuais.

Casamentos do mesmo sexo não são realizados em Israel, onde não são autorizadas quaisquer cerimónias civis. Mas quando um casal homossexual se casa no estrangeiro, a união é reconhecida pelas autoridades do país.

Muitos avanços práticos no estatuto e posição legal foram ganhos por apelar ao Supremo Tribunal, depois de legislação em favor dos direitos dos homossexuais ter sido derrubada no parlamento, onde tradicionalistas judeus e muçulmanos têm influência.

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