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Síria: Potências mundiais novamente reunidas para negociações de paz

As grandes potências voltaram hoje, em Viena, às negociações de paz na Síria, num impasse relativamente às modalidades da transição política, enquanto, no terreno, se registam numerosas violações da trégua e bloqueios à ajuda humanitária.

Síria: Potências mundiais novamente reunidas para negociações de paz
Notícias ao Minuto

10:50 - 17/05/16 por Lusa

Mundo Viena

O Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG, sigla em inglês), liderado pelos Estados Unidos e Rússia, iniciou os trabalhos pouco depois das 09h00 (08h00 em Lisboa) na capital austríaca.

Os três objetivos definidos para pôr a esta guerra devastadora estão no centro do debate: "consolidar a suspensão das hostilidades (...) garantir acesso humanitário em todo o país e acelerar a transição política", de acordo com a diplomacia norte-americana.

É ainda e sempre neste último ponto que as discussões estão num impasse. O roteiro dos negociadores prevê a constituição, a 01 de agosto, de um órgão sírio de transição política, previsto pela resolução da ONU, mas esta a concretização deste objetivo nesta data parece cada vez mais improvável, na opinião de vários observadores.

"Não há futuro durável para a Síria com [o presidente sírio, Bashar al-] Assad", reafirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, à chegada a Viena.

"É por isto que temos que negociar, sob os auspícios da ONU, as modalidades de um governo de transição e pôr as coisas no bom caminho", acrescentou.

O destino de Al-Assad constitui a principal linha de divisão entre as potências mundiais e regionais do ISSG, um grupo de 17 países e três organizações internacionais, incluindo os Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Irão e União Europeia.

Ao mesmo tempo que apoiam os esforços diplomáticos do ISSG, Moscovo e Teerão fornecem no terreno apoio militar ao poder sírio.

No terreno, uma trégua entre regime e rebeldes, declarada no final de fevereiro, sob o apoio de russos e norte-americanos, foi violada em várias ocasiões.

A rebelião armada contra o regime está profundamente dividia entre numerosos grupos 'jihadistas', islamitas e rebeldes moderados.

Pelo menos três civis foram mortos esta madrugada num ataque do regime contra a zona rebelde de Sukkari, na cidade dividida de Alepo (norte), onde um cessar-fogo temporário terminou na quinta-feira à noite.

Na segunda cidade do país, os bombardeamentos entre regime e rebeldes diminuíram, após duas semanas de violências que causaram perto de 300 mortos desde 22 de abril.

Na província de Idlib (noroeste), maioritariamente controlada pela Frente Al-Nosra, ramo sírio da rede terrorista Al-Qaida, oito civis morreram em bombardeamentos do regime na localidade de Bdama.

Nos últimos 20 dias, os violentos combates entre fações islamitas rivais, que lutam pelo controlo de um bastião da rebelião perto de Damasco, causaram mais de 300 mortos, informou no domingo uma organização não-governamental.

Desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, a guerra causou mais de 270 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados, desencadeando uma crise humanitária na região e na Europa.

Três sessões de negociações sírias indiretas foram realizadas, desde o início do ano, em Genebra, sem êxito. A última ronda, em abril, foi suspensa com o reinício das hostilidades em Alepo.

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