"A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia com veemência e indignação a tentativa de envolvimento do seu nome na iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante, no episódio relativo à divulgação, feita no dia de hoje (15), pela revista Veja, disse a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República".
O conteúdo dos depoimentos de Delcídio foi tornado público hoje de manhã, depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki validar as suas declarações no âmbito da operação Lava Jato, que apura o escândalo de corrupção e desvio de dinheiro na petrolífera Petrobras.
Delcídio do Amaral fez essas declarações por ter feito com o Ministério da Justiça um acordo de delação premiada, em que prestou informações em troca de uma possível redução de pena.
No entanto, algumas informações sobre o caso já haviam sido divulgadas pela revista brasileira Veja, que frisou em reportagem que o governo brasileiro teria tentando comprar o silêncio de Delcídio.
Na delação, o senador afirmou que a presidente Dilma Rousseff tinha conhecimento de todas as informações da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que teve valores desviados por funcionários e gerou grande prejuízo à Petrobras.
O senador, que é da base do Partido dos Trabalhadores, mas pediu a desfiliação da legenda hoje, afirmou também que foi procurado pelo atual Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que teria lhe oferecido ajuda se ele não fizesse um acordo de delação premiada.
Delcídio havia sido preso em novembro do ano passado, acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Ele foi libertado no dia 18 de fevereiro sob condição de se manter em recolhimento domiciliário.
Após ser citado pelo senador, o ministro Mercadante negou que tenha tentado comprado o silêncio de Delcídio, afirmando que apenas tentou ajudá-lo, aconselhando-o a falar com consultores do Senado.
O responsável da pasta da Educação falou em "má-fé de um gesto de solidariedade que teve", quando viu uma "campanha brutal na Internet contra as filhas" do senador do PT, o que o sensibilizou, e por isso tentou ajudá-lo.
"A minha questão é política e pessoal. Ele tenta ao longo da conversa me induzir a uma defesa jurídica", referiu Mercadante, frisando que disse que não era advogado e que não tinha como se meter no assunto.