Segundo o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, as conversações vão realizar-se em salas separadas com os representantes do regime de Damasco e os representantes da oposição, e a tónica será colocada na formação de um novo Governo, a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições legislativas e presidenciais num prazo de 18 meses.
Findo este período de negociações de dez dias, que termina a 24 de março, haverá uma pausa de entre uma semana e dez dias, e as conversações serão, em seguida, retomadas.
O objetivo é alcançar um acordo de transição política, que a ONU considera ser a única forma de pôr fim a cinco anos de guerra na Síria, que fizeram mais de 270.000 mortos e obrigaram milhões de pessoas a abandonar as suas casas.
Uma anterior ronda de negociações realizada em fevereiro, em Genebra, foi interrompida devido a uma intensificação dos ataques aéreos na Síria pela Rússia, aliada de Damasco.
Desde então, um acordo de cessar-fogo foi negociado por Washington e Moscovo e a trégua instaurada a 27 de fevereiro parece manter-se, apesar de alguns incidentes.
Um grupo de trabalho sobre a ajuda humanitária, criado por Moscovo e Washington para organizar, com a ONU, a distribuição da ajuda nas cidades sitiadas da Síria, anunciou ter conseguido, num período de quatro semanas, levá-la a 238.845 pessoas que vivem em dez das 18 zonas cercadas ou de difícil acesso na Síria.
O coordenador das questões humanitárias da ONU na Síria, Yacub el-Hillo, anunciou que até ao fim de abril, a ONU estabeleceu como objetivo entregar ajuda às 870.000 pessoas que se encontram nas regiões de difícil acesso da Síria.