Estes testemunhos contrariam as declarações feitas pelas autoridades de Teerão.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hussein Jabein Ansari, afirmou que aviões de combate sauditas tinham atacado a representação diplomática iraniana em Sanaa e que tinham provocado vários feridos entre os funcionários da embaixada.
A embaixada iraniana está situada no bairro de Hada, onde estão localizadas muitas missões diplomáticas.
Um habitante do bairro explicou, em declarações à agência EFE, que o ataque aéreo atingiu uma zona localizada a cerca de 700 metros da embaixada iraniana, precisando, no entanto, que o edifício não sofreu qualquer dano visível. Por exemplo, segundo a testemunha, as janelas do edifício estavam intactas.
A coligação árabe já tinha realizado há alguns meses bombardeamentos nesta zona. Os ataques pretendiam então atingir uma propriedade do filho do ex-Presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, aliado dos rebeldes 'huthis'. Na altura, várias casas ficaram danificadas.
A Arábia Saudita (maioritariamente sunita) lidera desde março de 2015 uma ofensiva militar no Iémen contra os rebeldes 'huthis', que contam com o apoio do Irão (maioritariamente xiita).
Este incidente acontece numa altura de grande tensão no Médio Oriente entre sunitas e xiitas, devido à execução na Arábia Saudita de um influente dirigente religioso xiita, o xeque Nimr al-Nimr, e dos ataques contra as representações diplomáticas sauditas no Irão.
Riade decidiu cortar relações diplomáticas com Teerão, medida que foi apoiada por outros regimes sunitas. Em resposta, o Irão decidiu hoje proibir a importação de produtos sauditas.