A Austrália adotou uma severa política de imigração, de modo a afastar os requerentes de asilo que chegam à sua costa em barcos de traficantes de pessoas. O asilo é negado aos que chegam por mar, mesmo que sejam verdadeiros refugiados.
Os imigrantes são enviados de volta para os seus países ou para o pequeno Estado de Nauru e para a Ilha Manus, da Papua Nova Guiné.
A Indonésia, um dos principais pontos de passagem dos requerentes de asilo a caminho da Austrália, tem criticado esta abordagem, em particular a política de devolver ao mar os barcos com migrantes.
No entanto, o ministro da Segurança, Luhut Panjaitan, disse ao jornal Jakarta Post que a Indonésia está disposta a trabalhar com a Austrália para instalar os migrantes no seu território.
"Podemos discutir a possibilidade de alocar uma ilha [para os refugiados] mas a Austrália tem de a financiar totalmente", disse ao diário.
O governante indicou que já houve conversações sobre a ilha, mas que são ainda "preliminares".
Segundo Luhut Panjaitan, muitos requerentes de asilo acabam 'presos' nas províncias mais pobres da Indonésia e podem gerar tensões com os locais.
Jacarta já participou num esquema semelhante no passado, acolhendo cerca de 200.000 vietnamitas na ilha de Galang, entre 1979 e 1996, depois de muitas pessoas fugirem de barco do país devido à guerra.
De acordo com o novo plano, os requerentes de asilo apenas poderão ficar alojados na ilha temporariamente, disse Panjaitan.
A oferta foi feita após uma viagem à Austrália no início da semana e antes de uma visita de dirigentes australianos à Indonésia, que deve acontecer nas próximas semanas.
No entanto, o ministro exigiu que a Austrália cesse a sua política de enviar barcos para a Indonésia.
"Disse-lhes que tais ações são erradas e vão contra os princípios humanitários", afirmou.
No início do ano a Austrália fechou um acordo com o Camboja para que o país receba refugiados em troca de milhões de dólares em assistência nos próximos quatro anos.