Os manifestantes anti-austeridade e a polícia grega envolveram-se hoje em confrontos, dia de greve geral no país. Segundo o The Guardian, alguns manifestantes arremessaram cocktails molotov, provocando vários incêndios e a dispersão de quem protestava pacificamente em Atenas.
Na praça Syntagma, junto ao parlamento grego, a polícia respondeu com gás lacrimogéneo. Fontes da polícia grega indicaram à agência Reuters que a situação está agora mais calma, mas três pessoas foram detidas.
A Grécia vive esta quinta-feira a sua primeira greve geral sob o Governo de Alexis Tsipras, convocada pelos principais sindicatos do país contra as medidas de austeridade impostas pelo terceiro resgate.
Os serviços públicos estarão parados durante 24 horas, com serviços mínimos na saúde, enquanto o comércio deverá abrir normalmente.
Greve contra Governo… convocada pelo partido do Governo
Ao apelo à greve convocada pelos sindicatos dos sectores público e privado juntou-se a comissão laboral do partido governamental Syriza.
Os sindicalistas do Syriza apelaram "aos trabalhadores, aos desempregados, aos pensionistas, aos jovens e às mulheres para que participem activamente na greve geral de 24 horas".
O deputado do Syriza Tasos Kurakis assinalou que a participação maciça na greve fortalece a posição negociadora do Governo face aos credores internacionais.
O sindicato que representa o sector privado denunciou que as reformas decididas entre o Governo e os credores preveem a liberalização do mercado laboral, o aumento da idade de reforma, a redução das pensões e o aumento dos impostos, medidas que "diminuem o nível de vida da sociedade grega".
Já o sindicato do sector público classificou a greve geral como "a primeira etapa de uma luta" que procura "impedir que a segurança social seja completamente desmantelada e reivindicar um sistema que amplie os direitos e garanta as prestações".
Para os sindicatos gregos, o Governo não está a respeitar os seus compromissos eleitorais e adota "políticas de austeridade punitivas".