Quando os ciúmes atingem a Síndrome de Otelo... cuidado

Debbie Wood é uma britânica extremamente ciumenta que obriga o marido a submeter-se ao teste do polígrafo cada vez que regressa a casa do trabalho. Tudo para evitar ser traída. Este caso até pode parecer engraçado para algumas pessoas, mas há outras tantas que se identificam com o nível de ciúmes demonstrado pela mulher que, para os especialistas, é o Síndrome de Otelo. Sabe o que é?

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Notícias Ao Minuto
17/11/2014 13:10 ‧ 17/11/2014 por Notícias Ao Minuto

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Numa relação é normal que haja ciúmes, afinal é uma prova de que se gosta da outra pessoa e que se tem medo de a perder para a concorrência. Mas até onde o ciúme é saudável?

Numa semana em que Debbi Wood foi notícia, por ser considerada a mulher mais ciumenta do Reino Unido, já que obriga o marido a fazer um teste de polígrafo sempre que chega a casa, importa perceber o que são os ciúmes e quais as suas tipologias.

O psiquiatra Walter Ghedin explicou à BBC que existem quatro tipos de ciúmes, que vão desde os mais saudáveis até aos perigosos, até à chamada Síndrome de Otelo. O especialista explicou que o ciúme só é considerado problemático quando domina e altera de forma drástica a vida das pessoas.

Assim, o primeiro tipo de ciúmes tem o nome de ‘reação emocional normal’, ou seja, é quando as pessoas sentem ciúmes mas de uma forma transitória, sendo que este sentimento não altera em nada a vida do casal. Este ciúme pode também ser verificado em relações familiares ou de amizade.

O segundo tipo é a ‘reação emocional desmedida’ que afeta, maioritariamente, as relações amorosas. O especialista explica que este sentimento pode ser desencadeado por uma traição. À medida que avançamos no tipo de ciúmes, avançamos também na escala da gravidade.

O terceiro tipo é o ‘ciúme como traço distinto da personalidade’. Ou seja, é um sentimento típico de quem é desconfiado por natureza. O psiquiatra refere que é típico de pessoas que veem ameaças em tudo e todos e que acreditam que o seu ponto de vista é que está certo, estando ligado ao Transtorno Paranoico de Personalidade.

Por fim, o último e mais grave é a Síndrome de Otelo que leva as pessoas a sofrerem de delírios que podem ser causados por um quadro de paranoia ou por alcoolismo crónico ou até por demência. O nome desta síndrome está relacionado com uma famosa peça de William Shakespeare na qual a personagem principal, Otelo, mata a mulher Desdêmona por ciúmes.

Walter Ghedin revela ainda que esta síndrome é mais comum nos homens do que nas mulheres e isto deve-se a dois fatores: primeiro, ao “apego real e simbólico à figura da mãe” que pode originar sentimentos “ambivalentes” relativamente a outras mulheres. Depois, a questão cultural, pois ainda existe a ideia de que o homem é quem tem de dominar o mundo e, em especial, a mulher e a sua casa.

Olhando para a realidade portuguesa são muitos os casos de violência doméstica que acabam em tragédia. Muitos homens não aceitam o fim da relação e acabam por colocar um ponto final na vida das companheiras, como foi o caso de Luana Camargo, a dentista que em maio foi assassinada pelo marido depois de lhe ter dito que se queria divorciar.

Noutros casos basta a mais leve desconfiança de traição para que a morte seja a conclusão de uma história que já foi de amor. Recorde-se o caso de António José Teixeira, de 49 anos, que no passado mês de outubro matou a mulher por acreditar que ela o traía. Para que as duas filhas menores, de 13 e 16 anos, não crescessem sem a mãe, decidiu também matá-las.

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