O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta sexta-feira, que houve "sinais positivos" na reunião com Donald Trump, acrescentando que compreende "o desafio que existe de ambas as partes".
Em declarações aos jornalistas, quando questionado se ainda confia no presidente Donald Trump, salientou: "Nós confiamos nos Estados Unidos e acreditamos que o presidente Trump quer acabar com esta guerra".
"É difícil. É uma solução difícil. É compreensível porquê. Para nós, é essencial, para a nossa terra e o nosso país, porque faz parte da nossa independência", disse.
Fez ainda referência ao acordo de paz alcançado no Médio Oriente, notando que Trump "foi bem sucedido" e que poderá ser um bom sinal para resolver o conflito na Ucrânia.
O presidente ucraniano adiantou ainda que, após a reunião com Donald Trump, esteve num telefonema conjunto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, assim como com outros líderes europeus.
Zelensky sublinhou também que um dos "pontos principais" da reunião foi sobre as garantias de segurança que os Estados Unidos podem dar à Ucrânia.
Já sobre os mísseis de longo alcance Tomahawk, o ucraniano disse que não falaria acerca disso com a comunicação social: "Falámos sobre mísseis de longo alcance, é claro, [mas] não quero fazer declarações sobre isso".
E, segundo Zelensky, isso deve-se ao facto de os Estado Unidos não quererem "uma escalada" na guerra.
De recordar que Donald Trump e Volodymyr Zelensky reuniram-se, na tarde desta sexta-feira, para falar sobre a guerra na Ucrânia, tendo o norte-americano começado por elogiar o seu homólogo ucraniano.
Enquanto falavam aos jornalistas, Trump afirmou que iria revelar o que falou com o presidente russo, Vladimir Putin, ao telefone na quinta-feira, acrescentando acreditar que o líder do Kremlin "quer acabar com a guerra" na Ucrânia.
Embora Zelensky também queira pôr fim ao conflito, mostrou-se reticente quanto a isso. Ainda assim, salientou ser ser preciso que todos se sentem, conversem e concordem com um cessar-fogo.
Trump e Putin reúnem-se dentro de duas semanas
O presidente norte-americano, recorde-se, vai encontrar-se com o presidente russo dentro de duas semanas, em Budapeste, na Hungria. A reunião terá como propósito "pôr fim à guerra inglória" entre Moscovo e Kyiv.
A confirmação e detalhes do encontro foram revelados por Trump, que explicou, na sua rede social, Truth Social, que o encontro tinha ficado 'fechado' depois de falar com Putin ao telefone. A conversa, de acordo com o que descreveu, foi "muito produtiva". Mais tarde, também o Kremlin reforçou que estava a ser organizada a cimeira entre os dois líderes.
Antes do encontro entre Trump e Putin na Hungria, "haverá uma reunião de conselheiros de alto nível" já na próxima semana, sendo que as reuniões iniciais dos Estados Unidos "serão lideradas pelo secretário de Estado Marco Rubio, juntamente com várias outras pessoas a serem designadas". Rubio vai encontrar-se, inclusive, com "o seu colega Sergey Lavrov", ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
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