O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já está reunido com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenksy, na Casa Branca, em Washington, para falar acerca da guerra da Ucrânia.
Donald Trump referiu, enquanto falava aos jornalistas, que é "uma honra" estar com um "líder forte" e um "homem que conheço muito bem" como Zelensky, acrescentando que partilhará detalhes do seu telefone com o presidente russo ao presidente ucraniano.
"Vamos falar sobre isso. Falaremos sobre o que aconteceu ontem, durante o meu telefonema com o presidente Putin", disse, revelando que o presidente russo "quer acabar com a guerra" na Ucrânia.
Já Volodymyr Zelensky reiterou que é preciso um "cessar-fogo" para alcançar a paz, notando, ainda assim, que "é muito difícil" mantê-lo, dando como exemplo o Médio Oriente. Referiu ainda querer garantias bilaterais de segurança e que essa é uma questão "importante" para os ucranianos.
O presidente ucraniano salientou ainda que está pronto para falar em qualquer formato, seja bilateral ou trilateral e que todos precisam de se sentar, conversar e concordar com um cessar-fogo.
Trump admitiu ainda que Putin poderá estar a tentar ganhar tempo na guerra na Ucrânia, embora considere que o líder do Kremlin quer mesmo alcançar um acordo para o fim do conflito.
Questionado pela comunicação social sobre se está preocupado com a hipótese de Putin estar a tentar ganhar tempo, ao mostrar-se disposto a acabar com a guerra iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão da vizinha Ucrânia, Trump respondeu: "Sim, estou. É possível. Sim, um pouco de tempo".
"Mas acho que sou bastante bom neste tipo de coisas. Acho que ele quer fazer um acordo", acrescentou Trump.
Ainda a falar com a comunicação social, o presidente norte-americano sugeriu que talvez fosse prematuro forneces mísseis de longo alcance Tomahawk à Ucrânia.
"Espero que não precisem deles. Espero que possamos acabar com a guerra sem ter de pensar nos Tomahawks", declarou Donald Trump, sentado em frente a Zelensky.
Note-se que esta é a terceira visita de Volodymyr Zelensky à Casa Branca desde o regresso ao poder de Donald Trump em janeiro, para um segundo mandato presidencial (2025-2029).
O que disse Trump antes da reunião?
Depois do telefonema com o presidente russo, Trump disse que ele e Zelensky iriam discutir "a conversa com Putin e muito mais".
Trump sublinhou ainda que as conversas com Putin e Zelensky aconteciam em momentos separados porque "os dois não se dão muito bem". "É um relacionamento terrível aquele que os dois têm", classificou.
Ainda assim, mostrou-se confiante de que irá conseguir terminar com a guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2024 por uma invasão da Rússia. "Resolvemos oito guerras e faremos desta a nona", disse.
O que disse Zelensky...
Recorde-se que, já em Washington, Zelensky respondeu ainda na quinta-feira à conversa "longa" que foi anunciada durante a tarde, afirmando que foi a ameaça de fornecimento a Kyiv de mísseis Tomahawk pelos Estados Unidos que levou o presidente russo a apressar-se a retomar conversações de paz.
"Putin não é certamente mais corajoso do que o Hamas ou qualquer outro terrorista. A linguagem da força e da justiça funcionará inevitavelmente também contra a Rússia. Já podemos ver que Moscovo está a apressar-se para retomar o diálogo assim que soube dos Tomahawk", escreveu na rede social X (antigo Twitter).
Already in Washington.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 16, 2025
Today, I am having meetings with representatives of defense companies – producers of powerful weapons that can definitely strengthen our protection. In particular, we will discuss additional supplies of air defense systems. I will also meet today with… pic.twitter.com/MRFmPARkq1
Trump e Putin encontram-se dentro de duas semanas
De recordar que o presidente norte-americano vai encontrar-se com o presidente russo dentro de duas semanas, em Budapeste, na Hungria. A reunião terá como propósito "pôr fim à guerra inglória" entre Moscovo e Kyiv.
A confirmação e detalhes do encontro foram revelados por Trump, que explicou, na sua rede social, Truth Social, que o encontro tinha ficado 'fechado' depois de falar com Putin ao telefone. A conversa, de acordo com o que descreveu, foi "muito produtiva". Mais tarde, também o Kremlin reforçou que estava a ser organizada a cimeira entre os dois líderes.
Antes do encontro entre Trump e Putin na Hungria, "haverá uma reunião de conselheiros de alto nível" já na próxima semana, sendo que as reuniões iniciais dos Estados Unidos "serão lideradas pelo secretário de Estado Marco Rubio, juntamente com várias outras pessoas a serem designadas". Rubio vai encontrar-se, inclusive, com "o seu colega Sergey Lavrov", ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
[Notícia atualizada às 21h11]
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