A explosão ocorreu num campo de milho perto da aldeia de Osiny, na província de Lublin, no leste da Polónia, a cerca de cem quilómetros de Varsóvia e a uma distância semelhante das fronteiras com a Ucrânia e a Bielorrússia.
"Mais uma vez, enfrentamos uma provocação da Federação Russa, com um drone russo", declarou o ministro da Defesa polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, aos jornalistas.
O incidente ocorre "num momento específico, quando estão em curso negociações de paz" sobre o conflito na vizinha Ucrânia e "quando há esperança de que esta guerra possa terminar", destacou o ministro da Defesa, lamentando: "A Rússia está a provocar mais uma vez".
O chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski, criticou pelo seu lado na rede X "uma nova violação" do espaço aéreo no leste do país e indicou que Varsóvia vai "protestar contra o autor desta violação".
Segundo o vice-comandante do Comando Operacional do Exército polaco, general Dariusz Malinowski, tratava-se de "um drone chamariz, que não estava armado, mas transportava uma ogiva autodestrutiva".
Os meios de comunicação polacos publicaram um vídeo que mostra uma forte explosão durante a noite e fotos de destroços, incluindo um motor e uma hélice.
De acordo com o general Malinowski, tudo indica que o motor era de fabrico chinês.
Anteriormente, Grzegorz Trusiewicz, procurador do Ministério Público de Lublin, declarou em conferência de imprensa que a averiguação preliminar identificou um drone militar que transportava uma pequena quantidade de explosivos, o que eliminava a hipótese de um dispositivo civil.
Trusiewicz levantou a possibilidade de o drone ter colidido com linhas de energia, provocando a explosão, que estilhaçou janelas em várias casas da cidade.
O procurador admitiu também que o dispositivo possa ter entrado na Polónia através de um país vizinho, apesar de o Comando Operacional polaco ter confirmado que os seus sistemas de radar não registaram na terça-feira qualquer violação do espaço aéreo.
A agência noticiosa polaca PAP citou fontes do Ministério da Defesa que afirmaram que poderia tratar-se de uma réplica de um drone, um dos equipamentos utilizados para confundir as defesas inimigas, entrando no território polaco pela Bielorrússia ou Ucrânia a baixa altitude e indetetável.
Em 2023, a Polónia anunciou que um míssil russo tinha atravessado o seu espaço aéreo enquanto sobrevoava a fronteira com a Ucrânia, numa altura em que as forças russas realizavam bombardeamentos contra o país vizinho.
Em novembro de 2022, um míssil de defesa aérea ucraniano caiu sobre a aldeia polaca de Przewodow, perto da fronteira, matando dois civis.
Inicialmente, surgiram dúvidas se o dispositivo era russo, o que poderia ter levado a uma escalada da tensão com Moscovo, uma vez que a Polónia é membro da NATO.
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